NASA mostra os primeiros conceitos dos motores de dobra espacial fora da ficção

Foto ilustrativa de um modelo de nave de dobra

Crédito da Imagem: Mark Rademaker/NASA.

Os fãs de filmes de ficção científica com certeza já devem imaginar no que implicaria um motor para dobra espacial: com ele, seria possível viajar pelo espaço em velocidades muito maiores que a da luz. Isso se colocarmos tudo em termos bem simples, já que quem realmente seria acelerado é o próprio espaço e não o equipamento que realizaria a viagem. Complexo? Bastante, mas completamente possível também, segundo o físico Dr. Harold White da Johnson Space Center da Nasa.

Ele apresentou um modelo teórico para um motor de dobra possível e viável para ser construído e operado pelo homem. Na verdade, ele realizou diversos cálculos para resolver problemas da sua teoria anterior, que também trabalhava na ordem da aceleração do espaço, mas requeria quantidades realmente astronômicas de energia e massa. Estamos falando do equivalente à massa de Júpiter para criar o dito motor! Agora, com a teoria atualizada, o valor foi reduzido para menos de 800 kg.

Motor de dobre de Alcubierre

Modelo proposto por Alcubierre. Espaço-tempo seria acelerado para facilitar a viagem espacial (Fonte da imagem: Reprodução/io9)

Como isso poderia funcionar

Motor de dobra White

Modelo alterado por White diminui a necessidade de massa. (Fonte da imagem: Reprodução/io9)

De acordo com White, para criar um motor de dobra seria necessário posicionar um objeto esferoide no meio da nave espacial e fazer um anel se movimentar em volta dele de determinada maneira que pudesse contrair e expandir o espaço à sua volta, gerando uma bolha de dobra ao redor da espaçonave. O conceito é praticamente o mesmo — se visto de forma bem simples — que o presente em uma diversidade de obras de ficção científica do cinema, da TV e da literatura.

Essa bolha de dobra seria capaz de movimentar o espaço em volta da nave, como se ela estivesse passando através de algo muito apertado. Assim, o movimento de expansão do espaço atrás da bolha seria o responsável por movimentar a nave a velocidades incríveis.

Fora isso, como a bolha de dobra posicionaria a nave em alguma situação “nas entranhas do espaço”, as leis da relatividade de Einstein não se aplicariam diretamente. Isso porque, diretamente, nada pode superar a velocidade da luz, mas o espaço pode se comprimir e expandir a qualquer velocidade, tornando a dobra praticamente ilimitada.
White explica ainda as limitações práticas do seu modelo anterior, comentando sobre a rigidez do espaço. “O espaço-tempo é bem rígido/firme, então para criar o efeito de expansão e contração de forma útil a fim de conseguirmos atingir destinos interestelares em uma quantidade de tempo razoável, seria necessário uma grande quantidade de energia”.

Como o motor se tornou viável

Para criar a solução para esse problema, White tentou realizar uma alteração no modelo de motor de Alcubierre, no qual tinha baseado sua primeira ideia. Em volta do objeto esferoide, seria necessário que um anel permanecesse girando. Alcubierre, entretanto, imaginou esse elemento como um cinto, um anel chato. Então, White teve a ideia de melhorar a forma desse elemento, tornando-o mais grosso, quase como uma rosquinha, no formato que aparece no modelo.

Foi com isso que os cálculos da quantidade de energia e massa do motor pularam do tamanho de Júpiter para 800 kg, o equivalente à sonda Voyager 1, que explorou o Sistema Solar nos últimos anos.

Resultados práticos

Todo esse trabalho feito por White baseado nas ideias de Alcubierre resultaria em velocidades incríveis de dobra. Nada comparado ao que víamos em Star Trek, em que a tripulação da USS Enterprise chegava a seus destinos em questão de segundos. Mas os resultados são bastante aceitáveis, já que poderíamos alcançar a estrela mais próxima do Sol em questão de semanas. Com isso, ir para Marte poderia ser como atravessar a rua em uma nave com um motor baseado nas ideias de White.

Além do mais, a viagem com o motor de White seria bastante precisa. Os ocupantes de uma espaçonave equipada com ele experimentariam uma sensação de movimento, mas a nave na verdade não estaria se movendo. Por conta disso, é possível parar esse efeito e recomeçá-lo com bastante precisão. Ou seja, calculando rotas com exatidão, você poderia alcançar qualquer planeta do nosso Sistema Solar sem acabar sendo sugado pela gravidade, podendo se posicionar em locais apropriados.

Experimentos

Depois de apresentar seu novo modelo de dobra espacial, White agora se ocupa em recriar miniaturas do seu motor a fim de comprovar sua teoria. Para isso, lasers estão sendo utilizados para recriar condições do espaço a fim de testar a capacidade dos protótipos.

White explica ainda que está realizando testes com um anel de capacitores de cerâmica, a fim de simular o efeito do anel em volta do esferoide original. Caso tudo ocorra bem, a NASA poderá recriar o equipamento em tamanho real em alguns anos, talvez décadas.

Avaliando o avanço de potenciais propulsores

O cientista da Nasa MARC G. MILLIS, documenta em um artigo o potencial promissor das novas ideias e novos conceitos sobre propulsão espacial, bem como a viabilidade no médio e longo prazos. Leia o artigo completo AQUI!

Fonte: io9

Fonte: Tecmundo

Fonte: NASA

3 respostas em “NASA mostra os primeiros conceitos dos motores de dobra espacial fora da ficção

  1. Muito interessante meu amigo Reinaldo… Alguma coisa sobre a equação de Alcubierre eu já estava lendo… Seria interessante ler e comparar as evoluções de White..

    Att:
    Euller

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