Coronavírus ÔMICRON Code: B.1.1.529 informações e genoma completo para download

Crédito de imagem Orpheus FX

As novas naves Ômicron (partículas virais) do Coronavírus Sar-Cov-2 são extremamente contagiosas, essas naves viajam pelo ar dentro de micro partículas líquidas (aerodispersóide) e podem infectar seres com pulmões facilitando sua expansão e disseminação.

A pandemia de coronavírus segue firme em rápida expansão em 2022

Até agora, a Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavirus-2 (SARS-CoV-2) reivindicou mais de 6 milhão de vidas no mundo todo. Diversas vacinas da doença do coronavírus (COVID-19) foram desenvolvidas pelos cientistas que receberam a aprovação ou a autorização para uso emergencial, e, subsequentemente, os programas de vacinação começaram em muitas partes do mundo. As vacinas disponíveis têm sido projetadas contra a proteína do ponto da tensão de ligação ACE2, SARS-CoV-2 original que foi relatada em Wuhan, China, em 2019. Estas vacinas induzem anticorpos contra as proteínas do ponto assim como as respostas das células T que protegem contra a doença severa.

Créditos: Nucleous – A faster way to learn health and science.

Ômicron é mais uma das linhagens do vírus SARS-CoV-2 – não confunda o vírus com a doença

Linhagens são definidas como entidades/organismos que compartilham um ancestral comum e apresentam mutações similares. Assim, novas linhagens de diversos organismos surgem a partir de mutações, que em sua grande maioria são prejudiciais a essas entidades. No caso dos vírus, a maioria das mutações não causa mudanças na capacidade de dispersão, infecção ou na gravidade da doença. Entretanto, uma minoria dessas mudanças pode levar o vírus a se tornar mais transmissível ou mais mortal.

Vírus como o SARS-CoV-2 mudam mais rapidamente que outros micro-organismos como bactérias e fungos, sendo classificados em linhagens distintas por pequenas diferenças em seu material genético, que podem ou não ser associadas a novas características virais. Para melhor entender e estudar os vírus, os cientistas criaram um sistema de nomenclatura para as diferentes linhagens do SARS-CoV-2, o que permite comparar os resultados obtidos em qualquer região do planeta e detectar quais linhagens são mais prevalentes e estão circulando em uma área ou em um dado momento. Até o momento um conjunto de mutações foram identificadas em algumas linhagens do coronavírus como Ômicron que permitem estes sejam mais transmissíveis entre as pessoas, mas nada foi encontrado até o momento sobre mutações que levariam a um quadro mais complicado da doença ou mesmo maior mortalidade. Devido às linhagens surgirem continuamente à medida em que o coronavírus infecta uma quantidade maior de pessoas, fica clara a necessidade de monitorar a evolução do genoma viral e a prevalência das diferentes linhagens ao longo do tempo.

Segue o modo correto de ler sobre o Coronavírus

Matemática do coronavírus

Crédito imagem: a matemática na pandemia de COVID-19 – Unifesp

Clique na imagem acima para ler o paper contendo todos os cálculos das naves de corononavírus, sua entrada e fragmentação dentro de nossas células, bem como as equações e fórmulas científicas dos cálculos realizados em laboratório. Também leia este resumo em português: Coronavírus em números.

Qual a diferença entre os Vírus: Coronavírus e Influenza A?

Créditos imagem: Open Edu

A principal diferença reside na dinâmica de replicação/transcrição, o vírus Influenza A, após sua entrada na célula precisa injetar o material genético mRNA dentro do núcleo celular (para fazer a replicação e transcrição). O coronavírus não precisa fazer isso, após sua entrada na célula ele faz a replicação e transcrição no citoplasma fora do núcleo e domina a célula de modo a transformar as organelas ribossomos em fábricas de componentes para montagem de novas naves infecciosas (vírions ativos). Observe a imagem acima.

Ciclo de replicação do vírus influenza A – causador da famosa gripe

Créditos imagem: Open Edu

A gripe é disseminada em gotículas de aerossol que contêm partículas virais (ou por gotículas de núcleos virais dessecados), e a infecção pode ocorrer se estas entrarem em contato com o trato respiratório. A neuraminidase viral cliva polissacarídeos no muco protetor que reveste o trato, o que permite ao vírus atingir a superfície do epitélio respiratório.

A hemaglutinina agora se liga às glicoforinas (glicoproteínas contendo ácido siálico) na superfície da célula hospedeira, e o vírus é captado por endocitose em um fagossomo. Os lisossomos ácidos se fundem com o fagossomo para formar um fagolisossomo e o pH dentro do fagolisossomo cai. Isso promove a fusão do envelope viral com a membrana do fagolisossomo, desencadeando o desprendimento do capsídeo viral e a liberação de RNA viral e nucleoproteínas no citosol.

O RNA genômico viral então migra para o núcleo onde ocorre a replicação do genoma viral e a transcrição do mRNA viral. Esses processos requerem enzimas do hospedeiro e do vírus. O RNA viral de fita negativa é replicado pelo RNA polimerase viral dependente de RNA, em um RNA complementar de sentido positivo cRNA, e essas fitas de RNA positiva e negativa se associam para formar o RNA de fita dupla dsRNA. A fita de cRNA é subsequentemente replicada novamente para produzir novo RNA de fita negativa genômica viral. Parte do cRNA também é processado em mRNA para tradução de proteínas virais. O ciclo de infecção é rápido e as moléculas virais podem ser detectadas dentro da célula hospedeira dentro de uma hora após a infecção inicial.

As glicoproteínas do envelope (hemaglutinina e neuraminidase) são traduzidas no retículo endoplasmático, processadas e transportadas para a membrana plasmática da célula. O capsídeo viral é montado dentro do núcleo da célula infectada. O capsídeo se move para a membrana plasmática, onde brota, levando um segmento de membrana contendo a hemaglutinina e a neuraminidase, e isso forma o novo envelope viral. Os vírus da gripe podem infectar vários tipos de células diferentes de diferentes espécies. Este fenômeno é em parte porque as glicoproteínas celulares que são reconhecidas pela hemaglutinina viral estão amplamente distribuídas no agente infeccioso.

Qual é o termo para a propriedade dos vírus que permite que eles se repliquem apenas em determinados tipos de células?

Esta propriedade é o tropismo viral. Portanto, podemos dizer que os vírus da gripe têm um amplo tropismo.

Uma segunda razão pela qual o vírus pode infectar uma variedade de tipos de células é que a estratégia de replicação da gripe é relativamente simples: “infectar a célula, replicar o mais rápido possível e depois sair novamente”. Este é o efeito citopático do vírus. A morte celular causada diretamente pelo vírus pode ser distinguida da morte celular causada pelas ações do sistema imunológico, uma vez que elimina as células infectadas.

Efeitos da morte celular

A morte celular prejudica a função de um órgão infectado e muitas vezes induz a inflamação, um processo que leva os glóbulos brancos (leucócitos) e as moléculas do sistema imunológico ao local da infecção. Em primeiro lugar, os leucócitos estão envolvidos na limitação da propagação da infecção; mais tarde, eles se envolvem no combate à infecção e, na fase final, limpam os detritos celulares para que o tecido possa se reparar ou regenerar.

Os sintomas da gripe experimentados por uma pessoa infectada são em parte devido ao efeito citopático do vírus, em parte devido à inflamação e em parte como resultado da resposta imune inata contra o vírus. A gravidade da doença depende em grande parte da taxa em que esses processos ocorrem.

Na maioria dos casos, a resposta imune se desenvolve com rapidez suficiente para controlar a infecção e os pacientes se recuperam. Se a replicação viral e os danos ultrapassarem o desenvolvimento da resposta imune, pode ocorrer uma infecção fatal.

Em infecções graves de gripe, os pulmões podem se encher de líquido, pois o epitélio que reveste os alvéolos (sacos aéreos) é danificado pelo vírus. O fluido é ideal para o crescimento de bactérias, e isso pode levar a uma pneumonia bacteriana, na qual os pulmões são infectados por um ou mais tipos de bactérias, como o Haemophilus influenzae. Danos às células que revestem os vasos sanguíneos podem causar sangramento local nos tecidos, e essa forma de “doença fulminante” foi vista regularmente em tecidos pulmonares post-mortem de pessoas que morreram na pandemia de 1918.

Ciclo de replicação do vírus Sars-Cov-2 – causador da doença Covid19

Créditos imagem: Open Edu

O SARS-CoV-2 possui RNA de fita simples em sentido positivo e envelopado, sendo constituído por um genoma de sete genes, conhecidos como: ORF1a, ORF1b, OEF3, S, E, M, e N. Possui um tamanho molecular relativamente pequeno se comparado com uma célula humana, mas grande o suficiente para ficar retido em tecidos, daí a recomendação do uso de máscaras como profilaxia.

Estrutura do coronavírus

Créditos imagem: www.nejm.org
  • Proteínas Spike: São glicoproteínas em formato de coroa localizadas na membrana, essenciais para a infecção das células pulmonares humanas.
  • Membrana: Mais conhecida como capsídeo em vírus, é composta por capsômeros unidos com a função de proteger o conteúdo viral.
  • Envelope viral: Estruturas derivadas do capsídeo e tem como função o armazenamento de proteínas sintetizadas pelo vírus.
  • Nucleocapsídeo: São capsômeros unidos em torno do material genético preservando sua estrutura.
  • Genoma: RNA de fita simples e sentido positivo, responsável pelo armazenamento de informações genéticas com genes que indicam síntese de determinadas proteínas.

Genes codificantes

  • Genes ORF1a/b: Codifica poliproteínas do tipo replicase.
  • Gene S: Codifica produção das proteínas Spike.
  • Gene E: Codifica produção de proteínas que constituem o envelope viral.
  • Gene M: Codifica a produção dos capsômeros que envolvem o citosol.
  • Gene N: Codifica a produção dos capsômeros que envolver a fita de RNA.

Dinâmica molecular do vírion (nave viral infectante)

Uma vez dentro das vias respiratórias, o coronavírus utiliza de suas proteínas spike para a infecção das células do Sistema Respiratório. Essas proteínas possuem um domínio (SARS-CoV-2-CTD) que se liga ao receptor ACE2 das células humanas que é participante na conversão da angiotencina-2. Existem pesquisas que investigam a relação entre a expressão do Gene ACE2 e a suscetibilidade à desenvolver a doença COVID-19.

Estacionamento da nave coronavírus na superfície da célula em pré-fusão e pós-fusão

Propomos que existem duas vias para as mudanças conformacionais (configurações adaptativas) – afirma Chen – da Divisão de Medicina Molecular Infantil de Boston. “Uma é dependente de ACE2 e permite que o vírus entre em uma célula hospedeira. O segundo é independente de ACE2.” Como resultado da mudança espontânea de forma, as naves de coronavírus geralmente carregam as duas formas da proteína spike. A forma rígida expande seus braços a partir da superfície do vírus – quando pousar em uma superfície – por exemplo. Isso poderia explicar por que o vírus parece permanecer viável (infectável) em várias superfícies por horas ou dias.

Estacionamento e fusão da nave do coronavírus com a célula. Créditos: Boston Children’s Hospital

Uma vez ligado à membrana celular, o vírion pode fundir sua membrana à da célula hospedeira e liberar seu material genético no meio intracelular (citosol), dando início ao processo infeccioso em que a célula passa a produzir proteínas virais e atua na multiplicação do vírion.

Proteínas Spike em pré e pós fusão com a célula

Proteínas Spike com as configurações de pré e pós fusão: Créditos: Boston Children’s Hospital

Processo de infecção viral

  1. A proteínas spike reconhecem o receptor ACE2 (pré-fusão)
  2. Ligação entre o domínio SARS-CoV-2-CTD e o receptor ACE2
  3. Fusão das membranas e início do processo infeccioso (pós-fusão)

Processos da replicação viral

  1. Adsorção (Spike/receptor).
  2. Liberação genoma Viral p/ interior celular.
  3. Tradução de enzimas do complexo: Replicação/Transcrição (pol1ab).
  4. Transcrição do RNAm em segmentos de polaridade negativa (-).
  5. Transcrição do RNAm em segmentos de polaridade positiva (+).
  6. Tradução de proteínas estruturais.
  7. Replicação do RNA genômico.
  8. Composição do novo vírion.
  9. Liberação da partícula viral infectante.

A principal razão para o coronavírus SAR-COV-2 ser tão rápido em propagar a pandemia é que ele não precisa chegar ao núcleo celular, bastando apenas invadir uma de nossas células respiratórias – ganha tempo e cada vez mais recursos.

{RC}.

Gestantes infectadas pelo coronavírus podem passar o vírus para o bebê ainda no útero

As evidências atuais suportam que o maior risco de infecção para recém-nascidos ocorre quando a mãe tem o início da COVID-19 perto do momento do parto. Um relatório de vigilância do CDC incluiu 923 recém-nascidos nascidos de mulheres com COVID-19; entre esses recém-nascidos, 2,6% testaram positivo para SARS-CoV-2 após o nascimento. No entanto, entre um subconjunto de 328 bebês nascidos de mulheres com início documentado de infecção dentro de 14 dias antes do parto, 4,3% dos bebês testaram positivo para SARS-CoV-2. Um estudo internacional relatou 416 bebês nascidos principalmente de mulheres grávidas com COVID-19 sintomática no momento do parto e relatou que 13% dos recém-nascidos apresentaram resultado positivo dentro de 48 horas após o nascimento. Deve-se notar que não há uma distinção clara de risco entre infecção materna sintomática ou assintomática; em vez disso, o momento do início da infecção materna (e a capacidade de transmitir o vírus) só pode ser confirmado quando acompanhado pelo início dos sintomas.

Esteja ciente de que você vai contrair o coronavírus, mas isso não significa que ficará doente, desde que, tome as vacinas!

Se você tiver contato com o esgoto pode pegar coronavírus

Segundo um estudo publicado pelo The Lancet – Gastroenterology & Hepatology, entre 16 de janeiro e 15 de março de 2020, registramos 98 pacientes. Amostras respiratórias e fecais foram coletadas de 74 (76%) pacientes. Amostras fecais de 33 (45%) de 74 pacientes foram negativas para SARS CoV-2 RNA, enquanto seus tratos respiratórios permaneceram positivos por uma média de 15,4 dias (SD 6,7) desde o início dos primeiros sintomas. Dos 41 (55%) dos 74 pacientes com amostras fecais positivas para RNA de SARS-CoV-2, as amostras respiratórias permaneceram positivas para RNA de SARS-CoV-2 por uma média de 16,7 dias (SD 6,7) e as amostras fecais permaneceram positivas por uma média de 27,9 dias (10,7) após o início dos primeiros sintomas (ou seja, por uma média de 11,2 dias [9,2] a mais do que para amostras respiratórias). O curso completo da doença dos 41 pacientes com amostras fecais positivas para RNA SARS-CoV-2 é mostrado na figura. Notavelmente, o paciente 1 teve amostras fecais positivas por 33 dias continuamente após as amostras respiratórias se tornarem negativas, e o paciente 4 testou positivo para RNA de SARS-CoV-2 em sua amostra fecal por 47 dias após o início dos primeiros sintomas (apêndice pp 4-5).

Coronavírus nos esgotos de Curitiba 2022

Créditos: Rede Monitoramento Covid Esgotos Curitiba. Clique na imagem para ler o relatório 04/01/2022.

A ciência busca soluções para os problemas existenciais

Confie na ciência e não se preocupe, tome todas as vacinas que puder dentro das recomendações sanitárias do seu país. As vacinas (todas elas, inclusive para as crianças), preparam seu organismo para receber o vírus e não causam danos ao seu organismo caso seja exposto ao vírus. As vacinas facilitam a geração de anticorpos que combatem o vírus – é melhor ter 1 bilhão de vírus dentro de você do que 100 bilhões não acha?! -, neste caso seu organismo pode entrar em falência rapidamente se você não tomar as vacinas.

Obs: existe algum remédio contra o coronavírus? A resposta é: NÃO! Somente as vacinas são recomendas e, mesmo assim, o vírus ainda poderá te contagiar! Não há como se esconder das velozes naves do coronavírus!

Estatísticas atualizadas Brasil e Planeta Terra

Créditos Github: Clique na imagem para acessar os dados em tempo real.
Créditos JHU CSSE COVID: Clique na imagem para atualizar os dados.

Referências Bibliográficas

Cloroquina ou Hidroxicloroquina não são recomendáveis para o tratamento da doença COVID-19 (SBI-AMB-OMS)


AMB (Associação Médica Brasileira), divulgação.

A ciência ainda não chegou ao consenso sobre o uso das macromoléculas: Cloroquina ou Hidroxicloroquina para tratar a COVID-19. A recomendação dos cientistas da SBI (Sociedade Brasileira de Imunologia) bem como da AMB (Associação Médica Brasileira) e OMS (Organização Mundial da Saúde), é não usar remédios que não tenham a devida comprovação científica com relação principalmente à segurança no uso dos medicamentos.

Nota de esclarecimento sobre o coronavírus (Sars-Cov2)

Ilustração coronavírus – Imagem: Corona Borealis Studio/Shutterstock.com

Nome do vírus: Sars-Cov-2
Nome da doença causada pelo vírus: COVID-19
Forma principal de infecção pelo vírus: Via Respiratória
Forma de replicação do vírus ao entrar na célula: dentro da célula o vírus Sars-Cov2 não precisa chegar ao núcleo celular, ele pode acessar diretamente partes da célula chamadas ribossomos. Os ribossomos usam a informação genética do vírus para fazer proteínas virais, como as encontradas na superfície externa do vírus chamadas de Spikes (espigões, picos ou espinhos). Essa é a principal diferença do coronavírus em relação ao Influenza H1N1.

Sociedade Brasileira de Imunologia desaconselha uso da cloroquina/hidroxicloroquina Clique e leia o parecer na íntegra!

Ainda é precoce a recomendação do uso deste medicamento na Covid-19, visto que diferentes estudos mostram não haver benefícios para os pacientes que utilizaram hidroxicloroquina, disse a SBI.
A entidade alega que o medicamento causa efeitos graves em pacientes da Covid-19, com base em estudo recente que avaliou 1.438 pacientes com coronavírus em 25 hospitais diferentes e “mostrou que os pacientes que receberam hidroxicloroquina e azitromicina apresentaram uma maior incidência de falência cardíaca quando comparado ao grupo sem tratamento”.

Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI)

Com relação aos estudos que comprovaram a eficácia da cloroquina em diminuir a carga viral de pacientes testados positivamente, a entidade respondeu informando que estudos em grupos pequenos não tem relevância para comprovar resultado definitivo.

A entidade foi incisiva ao afirmar que não é contra a busca por um tratamento e uma cura para a doença, mas que isso não pode acontecer sem base científica. “Nenhum cientista é contra qualquer tipo de tratamento, somos todos a favor de encontrar o melhor tratamento possível, mas sempre com bases em evidências científicas sólidas”.
Ainda no documento, a SBI analisa que a cloroquina se tornou objeto político, fazendo alusão aos discursos do Presidente da República, que defende o uso do remédio mesmo indo contra os cientistas. “A conotação que a Covid-19 é uma doença de fácil tratamento, vem na contramão de toda a experiência mundial e científica com esta pandemia. Este posicionamento não apenas carece de evidência científica, além de ser perigoso, pois tomou um aspecto político inesperado”, disse a entidade.

A SBI não pede que a cloroquina seja retirada das opções de tratamento, mas que as conclusões de pesquisas sólidas sejam aguardadas e que haja um posicionamento de estudo da OMS sobre a eficácia do remédio. “A SBI fortemente recomenda que sejam aguardados os resultados dos estudos randomizados multicêntricos em andamento, incluindo o estudo coordenado pela OMS, para obter uma melhor conclusão quanto à real eficácia da hidroxicloroquina e suas associações para o tratamento da Covid-19”, aconselhou.

Como alternativa, a única forma de contenção do vírus aconselhada pela SBI é o isolamento social, que se mostrou o método mais bem avaliado por cientistas em todo o mundo. “Até que tenhamos vacinas efetivas e melhores possibilidades terapêuticas comprovadas para o tratamento dessa doença, o isolamento social para conter a disseminação do SARS-CoV-2 ainda é a melhor alternativa neste momento”.

O coronavírus é a prova de que o nosso sistema de crenças sem ciência acabou!

Reinaldo Cristo {RC}.

Créditos: amb.org.br, Amazonas Atual, SBI, OMS

Coronavírus (conheça em detalhes) – informações científicas sobre o vírus

Em pleno século 21 o hábito inconsequente do ser humano está colocando a humanidade em perigo de extinção, só para citar alguns exemplos de péssimos hábitos:

Diante de um fenômeno natural com essas dimensões a atitude mais sensata é confiarmos nos avanços e recomendações da ciência e na cooperação entre os países para resolvermos o mais rápido possível essa crise de saúde pública mundial!

Clique nos mapas estáticos abaixo para acesso ao gráfico atualizado em outra aba do seu navegador

Gráficos atualizados pela Universidade Johns Hopkins

Mapa de infectados pelo coronavírus 10.256.251 em 29/06/2020 em aumento acelerado.

Resumo de infectados, mortos e países atingidos.

Atualizado em 29/06/2020 20:30.

Percentual de letalidade da doença COVID-19 no momento está em 5% (divisão de mortos pelo número de infectados x 100). Ainda não há dados mais precisos.

COVID-19 no Brasil

Clique no mapa para dados atualizados.

Como os testes são realizados

São basicamente dois testes: Molecular para pacientes infectados pelo Sars-CoV-2 e Sorológico.

O que são vírus?

Vírus (do latim vírus, “veneno” ou “toxina”) são pequenos seres infecciosos, a maioria com 20-300 nm de diâmetro, apesar de existir vírus ɡiɡantes de (0.6-1.5 µm), que apresentam genoma constituído de uma ou várias moléculas de ácido nucleico (DNA ou RNA), às quais possuem a forma de fita simples ou dupla. Os ácidos nucleicos dos vírus geralmente apresentam-se revestidos por um envoltório proteico formado por uma ou várias proteínas, que pode ainda ser revestido por um complexo envelope formado por uma bicamada lipídica. É na camada mais externa do vírus Peplômeros (espículas), onde reside as chaves programadas pelo vírus em sua evolução que permitirá ao vírus ligar-se à célula no momento da invasão.

Estrutura

Dentre os vários grupos de vírus não há um padrão único da estrutura viral. A estrutura mais simples consiste de uma molécula de ácido nucleico coberta por moléculas de proteínas idênticas. Os vírus mais complexos podem conter várias moléculas de ácido nucleico assim como diversas proteínas associadas, envoltório proteico com formato definido, além de complexo envelope externo com espículas. A maioria dos vírus apresentam conformação helicoidal ou isométrica. Dentre os vírus isométricos, o formato mais comum é o de simetria icosaédrica.

Medidas usadas em Virologia

Partícula viral

Créditos: Scientificanimations.com representação em 3D do Coronavírus.

Os vírus são formados por um agregado de moléculas mantidas unidas por forças intermoleculares, formando uma estrutura denominada partícula viral. Uma partícula viral completa é denominada vírion (Vírus é o virion em atividade). Este é constituído por diversos componentes estruturais (ver tabela abaixo para mais detalhes).

  1. Ácido nucleico: molécula de DNA ou RNA que constitui o genoma viral.
  2. Capsídeo: envoltório proteico que envolve o material genético dos vírus.
  3. Nucleocapsídeo: estrutura formada pelo capsídeo associado ao ácido nucleico que ele engloba (Os capsídeos formados pelos ácidos nucleicos são englobados a partir de enzimas).
  4. Capsômeros: subunidades proteicas (monômeros) que agregadas constituem o capsídeo.
  5. Envelope: membrana rica em lipídios que envolve a partícula viral externamente. Deriva de estruturas celulares, como membrana plasmática e organelas.
  6. Peplômeros (espículas): estruturas proeminentes, geralmente constituídas de glicoproteínas e lipídios, que são encontradas ancoradas ao envelope, expostas na superfície.

Morfologia

Abaixo estão listadas as estruturas de vírions mais comuns:

Vírus icosaédricos não envelopados

Vírus icosaédricos não envelopados estão entre os mais comuns. Eles possuem genomas constituídos por dsDNA, ssDNA, dsRNA ou (+)ssRNA. São capazes de infectar organismos de todos os grupos de seres vivos, com exceção de Archaea. Possuem diâmetro que varia de 18 a 60 ηm, correspondendo aos menores vírus conhecidos.

Fonte: Phanie / Alamy Stock Photo
Papilomavírus humano (HPV) de alto risco (microfotografia).

Vírus icosaédricos envelopados

Vírus icosaédricos envelopados possuem material genético formado por dsDNA, dsRNA, ou (+)ssRNA. As partículas virais destes vírus possuem diâmetro que varia de 42 a 200 ηm. Vírions icosaédricos envelopados são pouco comuns entre os vírus de animais, sendo observados principalmente nas famílias Arteriviridae, Flaviviridae, Herpesviridae ou Togaviridae. Nenhum vírus de plantas conhecido possui esta estrutura de partícula viral.

Microfotografia eletrônica de um vírion de SARS-CoV-2.

Conheça as principais características dos vírus

Obs: A malária não é causada por vírus, essa doença é transmitida aos humanos pelo mosquito Anopheles que transfere o parasita Plasmodium causador da doença.

VÍRUS – MICROBIOLOGIA – AULA – Biologia com Samuel Cunha

Aula introdutória sobre vírus – microbiologia.

Saiba como o coronavírus infecta uma célula

A animação abaixo mostra como o coronavírus infecta uma célula com o uso de chaves proteicas sintetizadas na evolução do vírus para que consiga adentrar a célula.

Biologia: A animação mostra uma partícula do Vírion Sars-CoV2 infectando uma célula.

Como começa o contágio pelo coronavírus?

O Coronavírus Sars-Cov2 é extremamente infeccioso, uma das razões para isso está em sua capacidade de se replicar usando apenas a maquinaria intracelular, os ribossomos.

O vírus fica no ar dentro de aerossóis ou nas superfícies em geral, ao entrar no organismo principalmente pela respiração, o Coronavírus procura uma porta de entrada nas células.
No caso do novo coronavírus (Sars-Cov2), a proteína do vírus, denominada Spike ou, simplesmente, S, reconhece uma proteína chamada Enzima Conversora de Angiotensina do tipo 2 (ACE-2), presente nas células do trato respiratório, que serve como um receptor para o vírus. Por meio desse receptor ele invade a célula.
O receptor tipo 2 (ACE-2) ativa a entrada do vírus em nossas células.
A superfície do vírus é coberta de estruturas que lembram espinhos de proteína e ajudam o parasita a ligar-se às células do hospedeiro. Se o espinho não “combinar” com os receptores das células, ele não consegue penetrar na célula e reproduzir-se, e a infecção é malsucedida. Era o que acontecia com os humanos em relação ao coronavírus até então. Mas as mutações mudaram as proteínas dos espinhos, que acabaram tornando-se compatíveis com as nossas células. A célula, então, recebe o vírus de forma transparente.
Dentro da célula o vírus se abre e começa a replicação pela injeção do seu material genético: Ácido Ribonucleico (RNA).
Dentro da célula o vírus Sars-Cov2 não precisa chegar até o núcleo celular, ele pode acessar diretamente partes da célula chamadas de ribossomos. Os ribossomos usam a informação genética do vírus para fazer proteínas virais, como as encontradas na superfície externa do vírus chamadas de Spikes (espigões, picos ou espinhos).
Uma estrutura de bolsas (complexo de Golgi) da célula carrega essas proteínas em vesículas (uma pequena estrutura dentro de uma célula, que consiste num fluido incluso por uma bi-capa lipídica), que se fundem com a camada exterior da célula, a membrana celular. Todas as partes necessárias para criar um novo vírus se juntam logo abaixo da membrana celular; então, um novo vírus começa a brotar da membrana.
Ao atravessar as últimas camadas de Golgi, o vírus está compilado e pronto para sair da célula.
O vírus pronto rompe a célula e todo o processo recomeça. É justamente esse rompimento da célula que provoca a doença Covid-19.
Ao final do processo de replicação, ácidos ribonucleicos e proteínas são juntadas dentro da célula, formando novas partículas virais, que acabam saindo da célula e repetindo o processo.

A estrutura das células

Esta animação mostra a função de células animais e vegetais, incluindo organelas como o núcleo, nucléolo, DNA (cromossomos), ribossomos, mitocôndrias, etc. Também aborda as moléculas de ATP, citoesqueleto, citoplasma, microtúbulos, proteínas, cloroplastos, clorofila, parede celular, membrana celular, cílios, flagelos, etc.

Biologia: Estrutura Celular.

Funcionamento da replicação DNA no interior da célula

Esta animação 3D mostra como o DNA é copiado em uma célula, como as duas cadeias da hélice do DNA são descompiladas e copiadas para produzir duas moléculas de DNA idênticas.

Biologia: Replicação do DNA.

O mecanismo de Transcrição Genética

A transcrição é a primeira de várias etapas da expressão genética baseada em DNA (gene é uma parte curta do DNA que sofre expressão), na qual um segmento específico de DNA é copiado no RNA (especialmente RNAm) pela enzima RNA polimerase. Tanto o DNA quanto o RNA são ácidos nucleicos, que usam pares de bases de nucleotídeos como uma linguagem complementar. Durante a transcrição, uma sequência de DNA é lida por uma RNA polimerase, que produz uma cadeia de RNA antiparalela complementar chamada transcrição primária. Consulte Biologia Molecular USP.

O processamento genético no interior da célula

Biologia: Maquinaria intracelular.

Do DNA às Proteínas

Esta animação em 3D demonstra como as proteínas são produzidas na célula a partir da informação no código genético.

Biologia: Montagem da Proteína no interior de uma célula.

Funcionamento das Enzimas

A todo segundo, em toda célula viva, milhares de reações químicas estão ocorrendo. Essas reações constituem as tarefas essenciais para a vida tais quais o metabolismo, a síntese proteica, renovação e crescimento celulares. Aprenda como as proteínas chamadas de enzimas trabalham para manter a velocidade dessas reações num patamar capaz de manter a vida. Baseado em estruturas atômicas do acervo do PDB, observe o mecanismo da aconitase, uma enzima do ciclo do ácido cítrico, a fim de entender como as enzimas utilizam seus resíduos de aminoácidos para catalisar a reação.

Biologia: Funcionamento das Enzimas.

Estrutura e função dos Ribossomos

Ribossomos são estruturas celulares, presentes em células procarióticas e eucarióticasresponsáveis pela síntese de proteínas. Essas estruturas são formadas por duas subunidades, um maior e uma menor, constituídas por moléculas de RNA (ácido ribonucleico) e proteínas.

As células podem apresentar dois tipos de ribossomos, os ligados e os livres. Apresentaremos aqui um pouco mais sobre essa organela, sua estrutura, classificação e sua importância, descrevendo brevemente o processo de síntese de proteínas.

Biologia: Funcionamento dos Ribossomos.

O vírus é um ser vivo?

Estudo da Universidade de Illinois traçou a história evolutiva dos vírus, mostrando evidências de que eles são seres vivos. Foram analisadas dobras de mais de 5 mil organismos, entre eles, 3,5 mil vírus. Essas dobras são estruturas de proteína que ficam inscritas no genoma de células quaisquer e dos próprios vírus, 442 dobras são comuns entre vírus e células, e apenas 66 são exclusivas dos vírus. Isso significa que, evolutivamente, os vírus compartilhavam material genético com as células, mas em algum momento se tornaram entidades diferentes.

Muitos organismos necessitam de outros para viver, incluindo bactérias que vivem no interior de células e fungos que se envolvem em relacionamentos parasitas obrigatórios – eles dependem de seus hospedeiros para completar seu ciclo de vida. “E é isso que os vírus fazem”.

Biologia: Reconstrução por microscopia eletrônica de Cryo do Faustovirus, de EMD-8144

A descoberta dos mimivírus gigantes no início dos anos 2000 desafiou ideias tradicionais sobre a natureza do vírus, afirma o pesquisador Gustavo Caetano-Anollés. “Estes vírus gigantes não são como o minúsculo ebola, que tem apenas sete genes. Alguns são tão grandes fisicamente e com genomas tão complexos ou maiores do que as bactérias”

Alguns vírus gigantes também têm inclusive genes de proteínas que são essenciais para a tradução genética, o processo pelo qual as células leem sequências de genes para construir proteínas. A falta deste mecanismo de tradução nos vírus já foi citado como justificativa para classificá-los como não vivos. “Isto não faz mais sentido. Os vírus agora merecem um lugar na árvore da vida. Obviamente, há muito mais sobre eles do que nós pensávamos”, finaliza o pesquisador Gustavo Caetano-Anollés.

Leia a respeito dos vírus gigantes encontrados no Brasil: Novos vírus gigantes brasileiros são identificados.

Qual a diferença entre Vírus e Vírion?

Compostos majoritariamente por um material genético (DNA, RNA ou ambos) envolvido por uma camada de proteínas, os vírus são seres muito estudados, mas pouco conhecidos por completo por uma série de fatores. Alguns são inofensivos para o homem, como os vírus de plantas, e outros são nocivos, variando o nível de periculosidade de espécie para espécie.

É muito importante não confundir o vírus com uma bactéria. As bactérias são organismos unicelulares, e os vírus se caracterizam justamente por não possuírem uma única célula. Por causa da ausência de uma estrutura celular, o vírus se torna um parasita obrigatório, necessitando adentrar em uma célula de um organismo procarionte para poder se reproduzir em um ciclo lítico ou ciclo lisogênico.

Quando falamos nesses seres é normal ocorrer a confusão de termos, como o vírus e vírion; mas saiba que não estamos falando exatamente da mesma coisa. O vírion nada mais é do que uma partícula de vírus que se encontra fora de uma célula hospedeira.

É basicamente a mesma relação de meteoro e meteorito. Quando está no espaço o meteoro é assim chamado, mas quando o mesmo penetra a atmosfera terrestre, entrando em nosso planeta, o corpo passa a ser chamado de meteorito. A relação é similar ao vírus e vírion. Fora da célula é vírion, dentro da célula hospedeira é um vírus.

Para um leigo ou uma pessoa doente esse tipo de diferenciação entre vírus e vírion é irrelevante; porém, dentro do campo científico, é fundamental usar termos diferentes nas duas condições para poder otimizar a qualidade da análise sobre o vírus. Desse modo, quando falarem em vírion, o cientista já terá noção que o vírus não está na célula, facilitando em muito o desempenho do seu trabalho em laboratório.

Coronavírus

Acima vemos uma imagem de computador criada pela Nexu Science Communication em conjunto com o Trinity College, em Dublin, mostra um modelo estruturalmente representativo de um betacoronavírus que é o tipo de vírus vinculado à doença COVID-19, mais conhecido como coronavírus vinculado ao surto de Wuhan, compartilhado com a Reuters em 18 de fevereiro de 2020.

Os coronavírus são comuns em várias espécies animais. O nome não se refere a um vírus específico, mas a um grupo de vírus que têm características em comum e foram responsáveis por várias crises de saúde pública nas últimas décadas – o surto chinês atual é o exemplo mais urgente. Doenças epidêmicas virais como estas costumam ser zoonoses, isto é: os agentes causadores – como vírus, bactérias, protozoários, fungos, etc. – originalmente parasitavam outros animais. O advento da pecuária há aproximadamente 10 mil anos aumentou a proximidade física entre seres humanos e os animais que nos forneciam comida, leite, ovos, etc. Vacas, cães e galinhas carregam seus próprios micróbios, que frequentemente aprendem a infectar também o Homo sapiens (nós). De 1.415 patógenos conhecidos, 61% foram emprestados de outras espécies.
Os coronavírus são uma grande família de vírus que causam doença respiratória variando em gravidade desde um resfriado comum até pneumonia fatal. Esses coronavírus que causam infecções respiratórias graves são transmitidos por animais para os seres humanos (patógenos zoonóticos). Zoonoses são doenças infecciosas capazes de ser naturalmente transmitidas entre animais e seres humanos.

Laboratório FIOCRUZ fotografa o Vírion SARS-CoV2 entrando na célula

Fonte: Débora F. Barreto-Vieira/IOC/Fiocruz.
Infográfico: Jefferson Mendes

Imagem de microscopia eletrônica de transmissão produzida pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) mostra, em detalhe, o momento exato em que uma célula é infectada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Para o registro da imagem, foi usada a infecção em células de linhagem Vero, frequentemente utilizada para ensaios in vitro.

Em outro registro, é possível identificar diversas partículas do novo coronavírus tentando infectar o citoplasma da célula, onde pode ser visualizado o núcleo, responsável por guardar o material genético da célula. Em uma terceira imagem, partículas virais podem ser observadas dentro do interior da célula.

O registro, inédito no Brasil, foi obtido durante estudo que investiga a replicação viral do Sars-CoV-2, conduzido pelos pesquisadores Débora Barreto e Marcos Alexandre Silva, do Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral, e Fernando Mota, Cristiana Garcia, Milene Miranda e Aline Matos, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo.

Fonte: Débora F. Barreto-Vieira/IOC/Fiocruz.
Infográfico: Jefferson Mendes

Conheça o vírus SARS-COV2 (coronavírus causador da doença COVID-19)

Esta ilustração, criada no Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), revela morfologia ultraestrutural exibida pelo coronavírus. Observe os picos que adornam a superfície externa do vírus, que conferem a aparência de uma coroa ao redor do vírion, quando vistos eletronicamente por microscopia. Um novo coronavírus, denominado síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2), foi identificado como a causa de um surto de doença respiratória detectado pela primeira vez em Wuhan, China em 2019. A doença causada por esse vírus foi denominada doença por coronavírus 2019 (COVID-19).

O vírus SARS-CoV foi identificado em 2002 como a causa de um surto de síndrome respiratória aguda grave (SARS – Severe Acute Respiratory Syndrome – síndrome respiratória aguda grave). A doença SARS foi detectada pela primeira vez no fim de 2002 na China. Entre 2002 e 2003, um surto da doença resultou em mais de 8000 casos e cerca de 800 mortes em todo o mundo. Desde 2004 que não há registros de novos casos da doença.

O vírus MERS-CoV foi identificado em 2012 como a causa da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS – Middle East Respiratory Syndrome – síndrome respiratória do Oriente Médio). Em 16 de abril de 2014, casos de Mers-CoV foram relatados em vários países, como Arábia Saudita, Malásia, Jordânia, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Tunísia e Filipinas. O número de casos da doença chegou a 238, com 92 mortes. A transmissão do MERS-CoV aconteceu de camelos e dromedários para o ser humano.

SARS-CoV2 é um coronavírus novo que foi identificado pela primeira vez em Wuhan, China, no final de 2019, como a causa da doença por coronavírus de 2019 (COVID-19) e se espalhou pelo mundo todo.

A doença COVID-19

COVID-19 é uma doença respiratória aguda que pode ser grave, é causada por um coronavírus recentemente identificado, oficialmente chamado SARS-CoV2. Clique em: SARS-CoV-2/nCoV-19-02S/human/2020/VNM, complete genome. Acesse o banco de dados do genoma completo do vírus para estudo.

Possível origem do Vírus SARS-CoV2

Conforme artigo publicado em 02 de março de 2020, revisado por pares, os pesquisadores: Yi Fan, Kai Zhao, Zheng-Li Shi, Peng Zhou. Identificaram a origem do vírus como sendo o morcego frutífero. Baixe o artigo: Bat coronavírus em China.

Os morcegos, porém, são repositórios pululantes (rápida proliferação) de vírus. Ebola, Nipah, Melaka, MERS e SARS todos pegam carona neles sem afetá-los. Ainda não há provas, mas é bem provável que o coronavírus atual também tenha chegado à nossa espécie pegando carona em morcegos. Isso é possível porque o sistema imunológico desses animais tolera tais agentes infecciosos com bem mais parcimônia que o nosso e o dos demais mamíferos.

Bat Coronaviruses in China (coronavírus de morcego na China)

Resumo do artigo: Nas últimas duas décadas, três coronavírus zoonóticos foram identificados como os causa de surtos de doenças em larga escala – Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), Oriente Médio Síndrome Respiratória (MERS) e Síndrome de Diarréia Aguda Suína (SADS). SARS e MERS surgiram em 2003 e 2012, respectivamente, e causaram uma pandemia mundial que reivindicou milhares de vidas humanas, enquanto a SADS atingiu a indústria suína em 2017. Eles têm características comuns, como todos eles são altamente patogênicos para seres humanos ou animais, seus agentes se originam de morcegos e dois deles se originaram na China. Assim, é altamente provável que futuros coronavírus com surtos do tipo SARS ou MERS terão origem em morcegos, e há uma probabilidade maior de que isso ocorra na China. Portanto, a investigação de coronavírus de morcego se torna uma questão urgente para a detecção precoce e sinais de alerta, que por sua vez minimizam o impacto de futuros surtos na China. O objetivo da revisão é resumir o conhecimento atual sobre diversidade viral, hospedeiros de reservatórios e as distribuições geográficas de coronavírus de morcego na China e, eventualmente, pretendemos prever hotspots (focos) e seu potencial de transmissão entre espécies. Palavras-chave: coronavírus; bastão; epidemiologia; espécies cruzadas; zoonose.

Quinze anos após o primeiro coronavírus humano altamente patogênico que causou um grave surto de coronavírus da síndrome respiratória (SARS-CoV), outra síndrome grave de diarreia aguda (SADS-CoV) devastou a produção de gado, causando doenças fatais em porcos. Ambos surtos começaram na China e foram causados ​​por coronavírus com origem no morcego. Isso aumentou a urgência de estudar os coronavírus de morcegos na China para entender seu potencial de causar outros surtos de vírus. Nesta revisão, coletamos informações de estudos epidemiológicos anteriores sobre coronavírus de morcego na China, incluindo as espécies de vírus identificadas, suas espécies hospedeiras e suas distribuições geográficas. Também discutimos as perspectivas futuras de transmissão e disseminação entre espécies de coronavírus de morcegos na China.

Taxonomia dos Coronavírus

Os coronavírus (CoVs) pertencem à subfamília Orthocoronavirinae da família Coronaviridae e a ordem Nidovirales. Os CoVs possuem uma partícula viral do tipo envelope. O genoma do CoV é um RNA de fita única de sentido positivo (+ssRNA), com tamanho de 27 a 32 Kb, que é o segundo maior de todos os genomas do vírus RNA. Comparado com outros vírus de RNA, acredita-se que o tamanho do genoma expandido de CoVs esteja associado com maior fidelidade de replicação, após aquisição de genes que codificam enzimas de processamento de RNA. A expansão do genoma facilita ainda mais a aquisição de genes que codificam proteínas acessórias que são benéficas para os CoVs se adaptarem a um hospedeiro específico. Como resultado, alterações no genoma causadas pela recombinação, intercâmbio de genes e inserção ou exclusão de genes são comuns entre CoVs. A subfamília CoV está se expandindo rapidamente, devido à aplicação do sequenciamento de próxima geração que aumentou a detecção e identificação de novas espécies de CoVs. Como resultado, a taxonomia de CoV está mudando constantemente.

Como ocorre o contágio pelo Coronavírus?

A principal forma de contágio é o contato com pessoas infectadas, por meio direto: aperto de mão, ficar próximo da pessoa e principalmente respirar o mesmo ar em volta da pessoa, respirar o ar dentro de um ambiente compartilhado por uma ou mais pessoas infectadas. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão também pode ocorrer pelo ar (aerossóis contendo o vírus) ou por contato com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse e catarro. Além disso, encostar em objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com boca, nariz ou olhos.

Base estrutural para o reconhecimento de SARS-CoV-2 por ACE2 humano de comprimento total

Os cientistas estão correndo para aprender os segredos da síndrome respiratória aguda grave – coronavírus 2 (SARS-CoV-2), que é a causa da doença pandêmica COVID-19. O primeiro passo na entrada viral é a ligação da proteína do pico trimérico viral à enzima 2 de conversão da angiotensina no receptor humano (ACE2).

O estudo, publicado nesta na revista Science, mergulha em escalas de 2,9 ângstrom (unidade equivalente a um décimo de bilionésimo de metro) para estudar a ACE2, uma proteína humana fundamental para que o novo coronavírus possa causar uma infecção. Estrutura geral do complexo RBD-ACE2-B0AT1.

Até agora sabia-se que o novo coronavírus usa uma proteína em forma de agulha que se acopla à ACE2 como uma chave na fechadura. Essa união abre literalmente a porta da célula humana para que o vírus introduza nela seu material genético. A maquinaria celular humana confunde esse material – RNA viral – com RNA próprio, e começa a seguir as instruções que ele contém para fabricar proteínas virais. Em questão de horas, há milhões de cópias de RNA viral, a partir dos quais são feitas cópias do vírus, que estouram a célula e começam a infectar outras.

Sintomas da infecção

Os sintomas costumam surgir cerca de cinco dias (mas em qualquer intervalo de dois a catorze dias) depois que as pessoas são infectadas. A maioria das pessoas tem febre, calafrios, dores musculares e tosse. Cerca de um terço tem diarreia, vômito e dor abdominal.

Diagnóstico

  • Avaliação médica
  • Exames para identificar o vírus

Tratamento

  • Não há tratamento específico para a COVID-19, ainda não há vacinas no presente momento.
  • Paracetamol ou um medicamento anti-inflamatório não esteroide (AINE), como ibuprofeno, são administrados para aliviar a febre e dores musculares.
  • Isolamento após diagnóstico positivo de que a pessoa está com a doença.
  • Se necessário, oxigênio.
  • Às vezes é necessário um ventilador para ajudar na respiração.
  • Em casos mais graves com dificuldade para respirar uma UTI é necessária.

Precauções durante o tratamento

São tomadas precauções para prevenir a disseminação do vírus. Por exemplo, a pessoa é isolada em um quarto com um sistema de ventilação que limita a transmissão de patógenos no ar. As pessoas que entram no quarto precisam usar uma máscara especial, proteção ocular, jaleco, touca e luvas. As portas para o quarto devem ser mantidas fechadas, exceto quando as pessoas entrarem ou saírem do quarto, e elas devem entrar e sair o mínimo possível.

Código fonte (genoma) do SARS-CoV-2 completo para download

Clique nos links abaixo e terá acesso completo aos códigos e ferramentas.

Obs: se você quiser fabricar um vírus fique à vontade, mas não esqueça de fazer a vacina e divulgá-la, antes que seja tarde demais. {RC}.

Fontes: referências bibliográficas.