Aprenda a identificar e compreender os espaços de probabilidades

O que são espaços/subespaços probabilísticos?

Figura 1 – Menina adolescente concentrada olhando atentamente para a projeção ao criá-la com a ajuda de um smartphone moderno. Créditos: Dmyrto_Z.

Tanto na matemática quanto na física e principalmente na teoria da informação, aplicamos os conceitos de possibilidades/probabilidades junto com a adição do qualificativo existencial para completar o conceito de espaços e suas subdivisões: subespaços.

O conceito de probabilidade é considerado um conceito primitivo que não pode ser definido em termos de conceitos ainda mais primitivos, assim como um ponto ou uma linha na geometria são considerados conceitos primitivos. Deste modo, mesmo na falta de uma definição adequada do termo, probabilidade é um conceito fascinante e extremamente útil.

A teoria da probabilidade foi desenvolvida principalmente no século XVII por Fermat (1601-1665), Pascal (1623-1705), Huyghens (1629-1695) e por J. Bernoulli (1654-1705). A principal motivação para desenvolver a teoria matemática da probabilidade foi responder várias perguntas sobre jogos e aleatoriedade.

Abordagem Axiomática

Na matemática, um axioma é uma hipótese inicial por meio da qual outros enunciados são logicamente derivados. Pode ser uma sentença, uma proposição, um enunciado ou uma regra que permite a construção de um sistema formal. Diferentemente de teoremas, axiomas não podem ser derivados por princípios de dedução e não são demonstráveis por derivações formais, simplesmente porque já são hipóteses iniciais. Isto é, não há um predecessor lógico envolvido (caso contrário eles seriam chamados teoremas). Em muitos contextos, “axioma“, “postulado” e “hipótese” são usados como sinônimos.

Espaço de probabilidade

A abordagem axiomática da probabilidade foi desenvolvida principalmente por Kolmogorov na década de 1930 do século 20. Consiste nos três elementos denotados como {Ω, F, P}, que juntos definem o espaço de probabilidade. Os três elementos do espaço de probabilidade são os seguintes.

O espaço amostral Ω

Para descrever a incerteza, a probabilidade exige que se defina o conjunto de todos os resultados possíveis. Na teoria da probabilidade, este conjunto é muitas vezes chamado de espaço amostral e denotado pelo símbolo Ω (ômega), é o conjunto de todos os possíveis resultados de um experimento específico (às vezes chamado de tentativas). No contexto da teoria da probabilidade, subconjuntos são frequentemente chamados de eventos.

Obs: Espaço amostral é o conjunto de todos os possíveis resultados do experimento aleatório, denotado por Ω.

Ex1:

O espaço amostral de todos os resultados possíveis do lançamento de uma moeda consiste em dois elementos Ω = {H, T}, onde H representa cara e T representa coroa. O espaço amostral do lançamento de um dado consiste nos seis resultados possíveis Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Estes são chamados de eventos simples ou “pontos” no espaço amostral. Na maioria dos casos, eventos simples são igualmente prováveis, neste caso, chamados de eventos elementares. Claramente, não podemos escrever o espaço amostral para cada experimento. Alguns consistem em um número infinito de elementos (por exemplo, atirar uma flecha em um alvo circular), alguns nem podem ser descritos (por exemplo, como será o mundo no próximo ano). Estaremos interessados apenas em espaços simples onde a contagem dos resultados referidos como eventos elementares é direta.

O campo de eventos F

Um evento composto, ou simplesmente um evento, é definido como uma união, ou uma soma de eventos elementares. Exemplos de eventos são:

(a) O resultado do lançamento de um dado é “par”; consiste nos eventos elementares {2, 4, 6}, ou seja: 2, 4 ou 6 ocorreram, ou ocorrerão no experimento de lançar um dado.

(b) O resultado do lançamento de um dado é “maior ou igual a 5”; consiste nos eventos elementares: {5, 6}, ou seja, 5 ou 6 ocorreram.

Em termos matemáticos, F consiste em todos os conjuntos parciais do espaço amostral Ω. Observe que o próprio evento Ω pertence a F. Além disso, o evento vazio denotado também pertence a F.

Discutiremos principalmente espaços amostrais finitos. Também aplicaremos alguns dos resultados a espaços infinitos ou mesmo contínuos usando argumentos de analogia. Um tratamento mais rigoroso requer as ferramentas da teoria da medida.

Para o espaço amostral finito, cada conjunto parcial de Ω é um evento. Se existem n eventos elementares em Ω, então o número total de eventos em F é 2n. Isso pode ser visto pela contagem direta:

um evento denotado por (o evento impossível ou vazio).

O símbolo \left(\begin{array}{c}m \\n \end{array}\right) significa \frac{m!}{(m-n)!n!}.

Por definição 0! = 1,

portanto \left(\begin{array}{c}m\\0\end{array}\right)=1.

n=\left(\begin{array}{c}n\\1\end{array}\right) eventos simples (ou elementares).

n=\left(\begin{array}{c}n\\2\end{array}\right) eventos que consistem em dois eventos simples.

n=\left(\begin{array}{c}n\\3\end{array}\right) eventos que consistem em três eventos simples.

\left(\begin{array}{l}n\\n\end{array}\right) um evento, consiste em todo o espaço Ω (o evento completo).

Ao todo, temos 2n eventos, ou seja:

\left(\begin{array}{l}n\\0\end{array}\right)+\left(\begin{array}{l}n\\1\end{array}\right)+\left(\begin{array}{l}n\\2\end{array}\right)+\cdots+\left(\begin{array}{l}n\\n\end{array}\right)=(1+1)^n=2^n

Usamos o teorema do binômio de Newton para realizar a soma. Uma forma mais geral do teorema é:

(x+y)^n=\sum_{i=0}^n\left(\begin{array}{l}n\\i\end{array}\right) x^i y^{n-i}

Relação de Stifel

Em matemática, a relação de Stifel, também conhecida como regra de Pascal, é uma identidade envolvendo coeficientes binomiais:

\left(\begin{array}{l}n \\ k\end{array}\right)=\frac{n !}{k ! \times(n-k) !}

Essa fórmula pode ser interpretada como: o número total de combinações de k objetos diferentes de n é denominado coeficiente binomial. A principal diferença entre permutações e combinações é a ordem. Combinações são seleções não ordenadas, permutações são arranjos ordenados. Para inteiros não negativos n e k com k ≤ n. A quantidade (pronuncia-se: n escolhe k) tem a interpretação: o número total de maneiras de escolher k objetos diferentes de n objetos distinguíveis – sem prestar atenção à sua ordem.

Um método alternativo para calcular o número total de eventos é o seguinte: representamos os eventos simples de Ω pelos números (1, 2, 3,…,n). Este é um vetor de n dimensões. Cada evento composto também pode ser descrito como um vetor de n dimensões. Por exemplo, o evento que consiste nos três eventos elementares (3, 5, 7) pode ser escrito como um vetor n-dimensional da forma: (Não, Não, Sim, Não, Sim, Não, Sim, Não, Não, . . . , Não), os componentes um e dois não estão inclusos, o componente três está incluso, quatro não está incluso, cinco está incluso e assim por diante.

Um evento composto é um conjunto parcial de Ω. Portanto, podemos descrever o evento composto simplesmente consultando a lista de eventos simples que estão inclusos nesse evento. Os componentes dos eventos compostos são Sim ou Não de acordo com a inclusão ou não de um evento simples específico. Assim, cada evento pode ser escrito de forma única como um vetor n-dimensional que consiste em Sim(s) e Não(s) ou “1” e “0“. Claramente, como o comprimento do vetor é n, e cada componente pode ser “Sim” ou “Não”, juntos temos 2n desses vetores correspondentes a todos os eventos compostos possíveis. Nesta notação, o evento impossível é escrito como: (não, não, não). E o evento certo como: (sim, sim, sim).

Nesta fase, introduzimos algumas notações sobre operações entre eventos.

O evento A B (ou A, B) é chamado de união (ou soma) dos dois eventos. Este é o evento: “ou ocorreu A ou B”. O evento A ∩ B (ou A · B) é chamado de interseção (ou produto) dos dois eventos. Este é o evento: “A e B ocorreram”.

O evento complementar, denotado \bar{A} (ou Ω − A), é o evento: “A não ocorreu”.

A notação A ⊂ B significa: A é parcial a B, ou A está incluso no evento B, a ocorrência de A implica a ocorrência de B.

Essas relações entre eventos estão descritas na Figura 2.

Figura 2. Algumas relações entre eventos (conjuntos): (a) evento A e seu evento complementar \bar{A}, (b) eventos disjuntos A ∩ B = ∅, (c) união de eventos sobrepostos A ∪ B, (d) interseção de eventos sobrepostos A ∩ B, e (e) o evento A está incluso no evento B, A ⊂ B.

A função de probabilidade representada por P

Para cada evento A pertencente a F, atribuímos um número P chamado probabilidade do evento A. Este número atende ao seguinte:

a: P(Ω) = 1,

b: 0 ≤ P(A) ≤ 1,

c: Se A e B são eventos disjuntos (ou mutuamente excludentes), então P(A ∪ B) = P(A) + P(B).

As duas primeiras condições definem o intervalo de números para a função de probabilidade. A primeira condição significa simplesmente que o evento Ω tem o maior valor de probabilidade. Por definição, assumimos que algum resultado ocorreu, ou ocorrerá, portanto, o evento Ω também é referido como o evento certo, e é atribuído o valor de 1. O evento impossível, denotado , recebe o número zero, ou seja, P() = 0 (uma probabilidade vazia é igual a 0).

A terceira condição é intuitivamente clara. Dois eventos A e B são ditos disjuntos, ou mutuamente exclusivos (ou excludentes), quando a ocorrência de um evento exclui a possibilidade da ocorrência do outro. Em termos matemáticos dizemos que a interseção de dois eventos (A ∩ B) é vazia = ; ou seja, não existe evento simples que seja comum a ambos A e B.

Como exemplo simples, considere dois eventos:

A = {o resultado do lançamento de um dado é par},

B = {o resultado do lançamento de um dado é ímpar}.

Claramente, os eventos A e B são disjuntos, a ocorrência de um exclui a ocorrência do outro.

Agora, defina o evento:

C = {o resultado do lançamento de um dado é maior ou igual a 5}.

Claramente, A e C, ou B e C não são disjuntos. A e C contêm o evento elementar 6. B e C contêm o evento elementar 5. Os eventos “maior ou igual a 4” e “menor ou igual a 2” são eventos claramente disjuntos ou mutuamente exclusivos. Antecipando a discussão acima, podemos calcular a probabilidade do primeiro evento {4, 5, 6} ser 3, se os dois eventos não forem disjuntos, digamos “maior ou igual a 4” e “par”, então a regra (c) deve ser modificada, isso pode ser comprovado pelas propriedades listadas em:D = P(A ∪ B) = P(A) + P(B) − P(A ∩ B).

Probabilidade da união de dois eventos

A probabilidade da união de dois eventos, A e B, é calculada pela probabilidade do evento A ocorrer, mais a probabilidade do evento B ocorrer, menos a interseção entre A e B.

P(A B) = P(A) + P(B) P(A B)

Portanto, a probabilidade da união de dois eventos é igual à soma da probabilidade de cada um desses eventos ocorrerem menos a interseção entre os dois. Quando os eventos são mutuamente excludentes, ou seja, a interseção entre eles é vazia, então a probabilidade da união é a soma das probabilidades de ocorrências de cada um deles.

P(A ∪ B) = P(A) + P(B)

Como calcular a probabilidade da união de dois eventos?

Ex2:

Numa sala de aula, há 30 alunos, sendo que 20 são meninas e 10 meninos. Durante as aulas de matemática, o professor resolveu fazer um sorteio entre os alunos que se saíram melhor no teste. Sabendo que nessa sala 10 alunos usam camisetas brancas e que 5 deles são meninas, calcule a probabilidade de o sorteado ser uma menina ou alguém que usa camiseta branca. Para calcular a probabilidade da união de dois conjuntos é necessário encontrar os dados para calcular cada uma das probabilidades. São eles:

    n(A) → número de elementos correspondentes ao evento A;

    n(B) → número de elementos correspondentes ao evento B;

    n(Ω) → número de elementos no espaço amostral;

    n(A ∩ B) → número de elementos na interseção entre os eventos A e B.

Fazendo essa substituição:

    n(A) é igual ao número de meninas.

        n(A) = 20

    n(B) é igual ao número de alunos que usam camisetas brancas.

        n(B) = 10

    n(Ω) → número de alunos.

        n(Ω) = 30

    n(A ∩ B) → número de meninas que usam camisas brancas.

        n(A ∩ B) = 5

Então, temos que:

P(A\cup B)=\frac{20}{30}+\frac{10}{30}-\frac{5}{30}

P(A \cup B)=\frac{5}{6}

Muito cuidado com a Interseção

Figura 3 – Representação gráfica da interseção entre dois conjuntos

Representação gráfica da interseção entre dois conjuntos.

Na teoria dos conjuntos, a interseção é um conjunto de elementos que, simultaneamente, pertencem a dois ou mais conjuntos, representado por ∩ (símbolo de Interseção).

Por exemplo, se o conjunto A possui os elementos {1,2,3,4,5} e o conjunto B possui os elementos {2,4,6,8}, então a interseção do conjunto A com o conjunto B será igual a {2,4}.

Definição

Na teoria básica dos conjuntos, define-se A ∩ B por:

A ∩ B = {x|x A x B}

Lê-se: a interseção entre os conjuntos A e B é igual ao espaço x tal que x pertence ao conjunto A e x pertence ao conjunto B.

Pelos axiomas de Zermelo-Fraenkel, a definição acima não é válida. Devemos usar o axioma da separação com a fórmula Φ = x ∈ w:

zwyx(x y ( x z x w))

Esse axioma garante a existência da interseção (y = z ∩ w) o enunciado do axioma da separação é tal que, usando-se o axioma da extensão, pode-se mostrar que y é único.

Em outras palavras, provou-se que:

∀A∀B∃!(A ∩ B) ∀ x(x ∈ (A ∩ B) (x ∈ A ∧ x ∈ B ))

Lê-se: para todo A, para todo B, existe exatamente uma interseção entre A e B, para todo x, x pertence à interseção entre A e B, se e somente se o espaço x pertence a A e x pertence a B.

Obs: em notação matemática você não pode ter nenhuma dúvida, caso você observe um símbolo qualquer e não identifique o sentido desse símbolo, procure imediatamente o significado desse símbolo ou notação, caso contrário, não poderá continuar os estudos e a dúvida acompanhará você.

Propriedades

Considerando-se que (x A x B) (x B x A) e que ((x A x B) x C) (x A (x B x C)), prova-se que:

∀A∀B(A ∩ B = B ∩ A)

∀A∀B∀C((A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C))

Como o conjunto vazio ∅ tem a propriedade que ∀x (x ∉ ∅), temos que:

∀A(A ∩ ∅ = ∅)

Deve-se tomar cuidado ao dizer que é associativa e comutativa, porque – a rigor – associatividade e comutatividade são propriedades de operações binárias, e a interseção foi definida para todos os conjuntos – tratar todos os conjuntos como um conjunto gera paradoxos.

Interseções arbitrárias

Seja M uma coleção não-vazia de conjuntos (em teoria dos conjuntos na sua formulação segundo os axiomas de Zermelo-Fraenkel, todo conjunto tem como elementos outros conjuntos, então basta dizer que M não é vazio). Então podemos definir a interseção de todos os conjuntos de M:

\bigcap_{X \in M} X

como sendo o conjunto cujos elementos x são elementos de todos os elementos de M:

x\in \bigcap_{X \in M} X \Longleftrightarrow(\forall Y \in M \Longrightarrow x \in Y)

O problema é que essa definição não é rigorosa, mas isso pode ser resolvido usando-se o axioma da união:

\bigcap_{X \in M} X=\left\{x \in \bigcup_{X \in M} X \mid(\forall Y \in M \Longrightarrow x \in Y)\right\}.

O conjunto vazio ∅ como núcleo existencial

É derivado do Axioma do Infinito na teoria dos conjuntos e torna-se o elemento primordial de todos os espaços e subespaços que nascem vazios. Para conhecer em profundidade sugiro a leitura técnica: Matemática do vazio – Resolva equívocos e pense com clareza!

Obs: na teoria dos conjuntos, os membros do conjunto são os próprios conjuntos, é diferente da matemática usual do cotidiano, cujos objetos são usados e geralmente representados de forma isolada.

Prova da árvore de subconjuntos ∅ ⊆ ∅

Figura 4. Se um conjunto finito possui n elementos, então ele possui 2^{n} subconjuntos, sendo obrigatório o ∅ fazer parte dele, ou seja, sua origem é o conjunto vazio { } = ∅.

Dado um número n = 0, temos 20 = 1 subconjuntos. O único conjunto com zero elementos é o conjunto vazio que só tem um subconjunto: ele próprio, portanto, a propriedade é verdadeira para n = 0.

P: 2Ω → [0, 1]

P(ωi) = n(ωi)/N(Ω) = número de elementos em ωi/número de elementos no espaço amostral Ω.

Em qualquer problema de probabilidade, é muito importante identificar todos os diferentes resultados que podem ocorrer. Portanto, o ponto de partida é o espaço amostral (probabilidades), ou seja, um conjunto de todos os resultados possíveis. É denotado geralmente como Ω. Para o conjunto Ω = (ω1, ω2,…), uma probabilidade é uma função de valor real P definida nos subespaços de Ω:

P: 2Ω → [0, 1]

O conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento de probabilidade é chamado de espaço amostral. Se Ω é o espaço amostral, então a probabilidade de ocorrência de um evento ωi é definida como:

P(ωi) = n(ωi)/N(Ω) = número de elementos em ωi/número de elementos no espaço amostral Ω.

Os valores da função P(ωi) são considerados como probabilidades de eventos elementares ωi. A função P(ωi) satisfaz a condição de normalização P(ωi) = 1. A probabilidade de um evento A pode ser escrita como P(A), p(A) ou Pr(A). Essa definição matemática de probabilidade pode se estender a espaços amostrais infinitos e até mesmo a espaços amostrais incontáveis, usando o conceito de medida.

Para prosseguir, deve-se exigir que a função P seja não-negativa e que seus valores nunca excedam 1. Os subespaços de Ω para os quais P é definido são chamados de eventos. Eventos de elemento único são chamados de eventos elementares que consistem em mais de um resultado e são chamados de eventos compostos. Qualquer subconjunto do espaço amostral é um evento. Os conjuntos A ⊂ Ω são chamados por eventos e suas probabilidades são definidas por:

P(A) = ∫p(ωi)/ωi ⊂ A

A função P deve ser definida no subespaço vazio ∅ e em todo o conjunto Ω:

P (∅) = 0, P (Ω) = 1

Esta afirmação enfatiza em particular que tanto ∅ quanto Ω são eventos. O evento ∅ que nunca acontece é impossível e tem probabilidade 0. O evento Ω tem probabilidade 1, é certo ou necessário.

Demonstração:

Seja P(A) o conjunto de partes de A e n(S) o número de elementos distintos de S.

Se A = ∅ → P(A) = {∅} → n(P(A)) = 2^0 = 1

Se A = {a} → P(A) = {∅,a} → n(P(A)) = 2^1 = 2

Se A = {a,b} → P(A) = {∅,a,b,{a,b} → n(P(A)) = 2^2 = 4

Se A = {a,b,c} → P(A) = {∅,a,b,c,{a,b},{b,c},{a,c},{a,b,c}} → n(P(A)) = 2^3 = 8

P(A) é formado por ∅ somado às possíveis combinações dos elementos de A, com taxa variando de 1 a n(A). Assim, n(P(A)) = número de combinações n(A), com taxa variando de 1 a n(A) somado a 1 (responsável por ∅).

Se A = ∅, o número de elementos de P(A) = 1, pois P(A) = {∅}, então n[P(A)] = 1, também n[P(A)]=2^{n(A)}; portanto, n(A) = 0, cujo resultado: n[P(A)] = 20 = 1.

Explicação não formal sobre as potências vazias

Para um conjunto vazio A, o conjunto de potências P(A) consiste em apenas um elemento, o conjunto vazio.

Isso ocorre porque um conjunto de potências é definido como o conjunto de todos os subconjuntos de um conjunto dado. Se A não contém elementos, não há subconjuntos possíveis, exceto o próprio conjunto vazio.

Recomendo a leitura do livro (clique na capa para ler): Linear Algebra Done Right – Four Edition 2023 – Sheldon Axler. Tanto Sheldon quanto eu, somos extremamente detalhistas em relação ao estudo da matemática, nenhuma dúvida pode ficar sem respostas. Segue abaixo nota do autor. {RC}.

Você provavelmente está prestes a começar sua segunda exposição à álgebra linear. Diferente de seu primeiro contato com o assunto, que provavelmente enfatizou os espaços euclidianos e matrizes, este encontro se concentrará em espaços vetoriais abstratos e mapas lineares. Esses termos serão definidos posteriormente, então não se preocupe se você não souber o que eles querem dizer. Este livro começa desde o início do assunto, assumindo nenhum conhecimento de álgebra linear. O ponto chave é que você está prestes a mergulhar na matemática séria, com ênfase em atingir uma compreensão profunda das definições, teoremas e provas.
Você não pode ler matemática da mesma forma que lê um romance. Se você passar por uma página em menos de uma hora, provavelmente está indo rápido demais. Quando você encontra a frase “você deve verificar”, você deve realmente fazer a verificação, que geralmente exigirá alguma escrita de sua parte. Quando as etapas são omitidas, você precisa fornecer as peças que faltam. Você deve ponderar e internalizar cada definição. Para cada teorema, você deve buscar exemplos para mostrar por que cada hipótese é necessária. Discussões com outros alunos devem ajudar.
Como auxílio visual, as definições estão em caixas bege e os teoremas estão em caixas azuis (em versões coloridas do livro). Cada teorema tem um nome descritivo.
Por favor, verifique o site abaixo para obter informações adicionais sobre o livro. Posso ocasionalmente escrever novas seções sobre tópicos adicionais. Essas novas seções serão postadas no site. Suas sugestões, comentários e correções são muito bem-vindas.
Muitas felicidades, sucesso e prazer em aprender álgebra linear!

Exemplo de visualização de um espaço de probabilidade com seus subespaços internos

Figura 5 – Uma medida de probabilidade mapeando o espaço de probabilidade para 3 eventos ao intervalo unitário. Uma roda giratória é um mecanismo físico cujos resultados estão associados a uma medida de probabilidade (discreta) (adaptada do trabalho original de Ziggystar). Por exemplo, dados três elementos 1, 2 e 3 com probabilidades 1/4, 1/4 e 1/2 o valor atribuído a {1,3} é 1/4 + 1/2 = 3/4, como mostrado no diagrama acima. CC Wikipedia.

Uma medida de probabilidade sobre uma σ-álgebra (lê-se Sigma Álgebra) F ⊂ 2 Ω, associada a um espaço amostral Ω, é uma função P : F → [0, 1] tal que:

  • P(∅) = 0
  • P(Ω) = 1
  • se A ∩ B = ∅, A, B ∈ F então P(A ∪ B) = P(A) P(B) (aditividade).

Um espaço amostral Ω junto com uma σ-álgebra F com seus subespaços e uma medida de probabilidade P em F forma um espaço de probabilidade, ou seja, o tripleto (Ω, F, P). Com base na noção de espaço de probabilidade, pode-se definir a noção de uma variável aleatória. Uma variável aleatória é uma quantidade cujo valor está sujeito a variações aleatórias, ou seja, ao “acaso”. Obs: segue um exemplo prático de variáveis aleatórias desenvolvido em Java neste poste: O senso comum em confronto com nossa simulação biológica e cerebral.

No experimento da Figura 5, as tentativas de girar a roda levam a um evento subconjunto (subespaço) do espaço amostral Ω; no tempo decorrido de repetidas tentativas, cada evento tende a ocorrer com uma taxa persistente, esta taxa é chamada de “frequência relativa”.

Subespaços lineares

Introdução a subespaços lineares de Rn. Versão original criada por Sal Khan.

Referências Bibliográficas

Aprenda organizar espaços e subespaços na matemática

Figura 1 – Definimos em P(n) a probabilidade de um evento n ocorrer.

A Probabilidade Condicional determina a probabilidade de um evento A ocorrer na certeza da ocorrência de um evento B, qualquer que seja a ordem dos eventos.

É representado por: P(A/B) = P(A∩B)/P(A) Lê-se: a probabilidade do evento A na certeza do evento B. A cardinalidade do número natural é ℵ0 (lê-se alef-nulo ou alef-zero), o cardinal seguinte maior é ℵ1, depois vem ℵ2 e assim por diante. Continuando desta maneira, é possível definir um número cardinal ℵα para qualquer número ordinal α.

O que é um espaço/subespaço

São as possibilidades existenciais em todos os sentidos que podemos imaginar, conceber e principalmente medir. A existência (universo) nasceu com suas próprias leis da física (inclusos os espaços e subespaços); então, não podemos conceber algo que não esteja incorporado na realidade. É importante não confundir Realidade com Leis da Física. Ex: Universo = Realidade U leis da física (100% descobertas); portanto, é obrigatório expandir nossos modelos matemáticos em direção à realidade para que possamos compreendê-la. Fora da ficção, literatura, filosofia, licença poética; tais coisas em si mesmas não podem existir – caso estejam fora de algum espaço ou subespaço incluso o . A infraestrutura de nosso universo ou de outros universos é formada por espaços e subespaços em sentido físico e amplo do termo. Obs: o conjunto está incluso em tudo; mas, nada pode pertencer ao .

Espaço em matemática

O espaço é a extensão tridimensional ilimitada e infinita em que objetos e eventos têm posições e direções relativas. É dentro dos espaços e suas subdivisões (subespaços), onde encontramos todas as possibilidades existenciais no universo físico (leis da física) e no Universo do discurso matemático (UDM).

O que são conjuntos?

Podemos defini-los como: a organização dos espaços e subespaços matemáticos. Para que possamos aprender matemática em profundidade é necessário aprendermos a linguagem moderna dos conjuntos. Por uma questão de notações e convenções seguidas por quase todos os matemáticos e este autor, usaremos letras MAIÚSCULAS para representar conjuntos e letras minúsculas para representar os elementos de um conjunto. Os elementos de qualquer conjunto são colocados entre chaves, ou seja, “{” e “}”. Além disso, se um objeto x pertence a um conjunto X, o representamos como x X. Da mesma forma, se um elemento não pertence ao conjunto, escrevemos x ∉ X. Importante: tanto as notações quanto toda a simbologia matemática, ocupam locais que chamamos de espaços, ao local dentro de outro local podemos nomear como subespaços.

O que são elementos?

Um conjunto é uma coleção de objetos chamados elementos ou membros. Um conjunto sem objetos é chamado conjunto vazio e é denotado por 0 (zero, ou na maioria das vezes por {} abre e fecha chaves sem conteúdo).

Ex: S:= {0,1,2,3}

Com os símbolos:= (dois pontos e igual), queremos dizer que estamos definindo o que é S, ao invés de apenas mostrar uma igualdade. Nós escrevemos:

1 ∈ S

para denotar que o número 1 pertence ao conjunto S, ou seja, 1 é um membro de S. Às vezes queremos dizer que dois elementos estão em um conjunto S, então escrevemos “1, 2 ∈ S” como uma abreviação para “1 ∈ S e 2 ∈ S”. Da mesma forma, escrevemos:

5 ∉ S

para denotar que o número 5 não está em S, ou seja, 5 não é membro de S.

Os elementos de todos os conjuntos em consideração vêm de algum conjunto que chamamos universo. Para simplificar, muitas vezes consideramos o universo como o conjunto que contém apenas os elementos nos quais estamos interessados. O universo é geralmente entendido a partir do contexto e não é mencionado explicitamente. Neste contexto, nosso universo será na maioria das vezes o conjunto de números reais. Enquanto os elementos de um conjunto geralmente são números – outros objetos; como outros conjuntos, podem ser elementos de um conjunto. Um conjunto também pode conter alguns dos mesmos elementos que outro conjunto.

Por exemplo:

T:= {0, 2}

contém os números 0 e 2. Neste caso, todos os elementos de T também pertencem a S. Escrevemos T ⊂ S. Observe:

Figura 2. Um diagrama dos conjuntos do exemplo S e seu subconjunto T. Observe que estamos organizando o espaço de S com seu subespaço interior T.

Aprenda ler matemática

Talvez a maior gafe encontrada no ensino da matemática é quando os alunos não sabem ler as equações e os objetos matemáticos. Ao observar um símbolo, uma fórmula ou equação, você não pode ficar com a dúvida cruel sobre a simbologia empregada, o contexto e principalmente a verbalização da frase na explicação de cada elemento apresentado. Ao olhar para a matemática: você não pode guardar a dúvida – resolva a dúvida de imediato (pergunte ao professor ou pesquise na internet em locais confiáveis com fontes de referência – como neste blog) – jamais fique na dúvida sobre: pontos, linhas, gráficos, letras, símbolos, equações, etc.

Realidade (física) e matemática (subjetiva)

O universo (natureza) é 100% realidade, não há existências fora da realidade (isso inclui a mecânica quântica e teoria da relatividade); portanto, não há matemática escondida na natureza, você não deve procurar matemática na natureza, se fizer isso cometerá o tão falado: viés de confirmação, parte do viés cognitivo. Toda a matemática é 100% subjetiva e como tal é apenas um produto de nosso cérebro que usa nossos sentidos (simulação cerebral) – inclusos – nossos pensamentos, para que possamos intuir a matemática. É por esse motivo que nós não podemos ter acesso direto à realidade física sem antes passarmos pela simulação de nosso cérebro – nossos corpos, funcionam como se fossem sensores ou antenas, por meio dos quais nosso cérebro simula o mundo ao nosso redor. Ex: uma teia de aranha, uma folha, o padrão das conchas, favos de mel, etc. Essas coisas são apenas representações da realidade, geradas por nosso cérebro. Inclusive a dupla hélice de nosso DNA, é apenas uma construção matemática que nós atribuímos pela forma como nosso cérebro consegue interpretar a realidade física por meio de uma simulação interna. Fique atento: somente depois que a matemática foi transformada em experimentos confrontados com o mundo físico (leis da física), é que a realidade toma forma e alcançamos CVJV (conhecimento: crenças verdadeiras, justificadas e validadas) dos fatos. Enquanto a matemática for apenas um apanhado de fórmulas e símbolos em nossas cabeças, o lá fora estará sempre vazio ∅, cuja existência é uma nebulosidade indefinida. Consulte o que é realidade?

Teorema, proposição, lema e corolário

Teorema

Em matemática, um teorema é uma afirmação que tem sido provada, ou pode ser provada. A prova de um teorema é um argumento lógico que usa as regras de inferência de um sistema dedutivo para estabelecer que o teorema é uma consequência lógica dos axiomas e teoremas previamente provados.

Terminologia

Há vários termos diferentes para afirmações matemáticas, esses termos indicam o papel que as declarações desempenham em um determinado assunto. A distinção entre termos diferentes às vezes é bastante arbitrária, e o uso de alguns termos evoluiu ao longo do tempo.

  • Um axioma ou postulado, é um pressuposto fundamental em relação ao objeto estudado, que é aceito sem comprovação. Um conceito relacionado é o de uma definição, que dá o significado de uma palavra ou frase em termos de conceitos conhecidos. A geometria clássica discerne entre axiomas, que são afirmações gerais e postulados, que são afirmações sobre objetos geométricos. Historicamente, os axiomas eram considerados “evidentes”, hoje eles são meramente considerados verdadeiros.
  • Uma conjectura é uma afirmação não comprovada que se acredita ser verdadeira. Conjecturas são normalmente apresentadas em público, e nomeadas após seu criador (por exemplo, a conjectura de Goldbach e Collatz conjectura). O termo hipótese também é usado neste sentido (por exemplo, hipótese de Riemann), que não deve ser confundido com “hipótese” como premissa de uma prova. Outros termos também são usados ​​ocasionalmente; por exemplo, problema quando as pessoas não têm certeza se a afirmação deve ser considerada verdadeira. O Último Teorema de Fermat foi historicamente chamado de teorema; embora, por séculos, tenha sido apenas uma conjectura.
  • Um teorema é uma afirmação que foi comprovada como verdadeira com base em axiomas e outros teoremas.
  • Uma proposição é um teorema de menor importância, ou considerado tão elementar ou imediatamente óbvio, que pode ser declarado sem provas. Isso não deve ser confundido com “proposição” conforme usada na lógica proposicional. Em geometria clássica o termo “proposição” foi usado de maneira diferente: em Os Elementos de Euclides (300 AEC), todos os teoremas e construções geométricas foram chamados de “proposições”, independentemente da sua importância.
  • Um lema é uma “proposição acessória” – uma proposição com pouca aplicabilidade fora de seu uso em uma prova particular. Ao longo do tempo um lema pode ganhar em importância e ser considerado um teorema, embora o termo “lema” geralmente é mantido como parte de seu nome (por exemplo, o lema de Gauss, o lema de Zorn, e os lemas fundamentais).
  • Um corolário é uma proposição que segue imediatamente de outro teorema ou axioma, com pouca ou nenhuma prova exigida. Um corolário também pode ser uma reafirmação de um teorema em uma forma mais simples, ou para um caso especial: por exemplo, o teorema “todos os ângulos internos em um retângulo são ângulos retos” tem um corolário que “todos os ângulos internos em um quadrado são ângulos retos” – um quadrado sendo um caso especial de um retângulo.
  • A generalização de um teorema é um teorema com uma afirmação semelhante, mas em um escopo mais amplo, a partir do qual o teorema original pode ser deduzido como um caso especial (um corolário).

Resumo

Aos resultados acima chamamos de Teorema, enquanto a maioria dos resultados chamamos de Proposições, e para alguns chamamos de Lema (um resultado que leva a outro resultado) ou Corolário (uma consequência rápida do resultado anterior). Não se concentre muito na nomenclatura. Algumas são tradicionais, outras são escolhas estilísticas. Não é necessariamente verdade que um Teorema é sempre “mais importante” que uma Proposição ou um Lema. Também precisaremos cruzar ou unir vários conjuntos de uma só vez. Se houver apenas um número finito, então simplesmente aplicamos a operação de união ou interseção várias vezes.

Sugestões importantes

Há várias estratégias diferentes para provar proposições. Além de usar diferentes métodos de prova, os alunos geralmente cometem alguns erros comuns quando estão aprendendo a provar teoremas. Para auxiliar os alunos que estudam matemática abstrata pela primeira vez, listo aqui algumas das dificuldades encontradas e algumas das estratégias de prova disponíveis.

  • Um teorema não pode ser provado por exemplo; no entanto, a maneira padrão de mostrar que uma afirmação não é um teorema é fornecer um contraexemplo.
  • Os quantificadores são importantes. Palavras e frases como: somente, para todo, para todos e para alguns, possuem significados diferentes.
  • Nunca assuma nenhuma hipótese que não esteja explicitamente declarada no teorema. Você não pode tomar as coisas como garantidas.
  • A matemática é desprovida de realidade (a física é o mundo natural ou real, a matemática será sempre subjetiva – nossa ferramenta mais importante).
  • Suponha que você queira mostrar que um objeto existe e é único. Primeiro, mostre que realmente existe tal objeto. Para mostrar que é único, suponha que existam dois desses objetos, digamos x e y, e então mostre que x = y.
  • Às vezes é mais fácil provar a contra positiva de uma afirmação. Provar a afirmação “Se p, então q” é exatamente o mesmo que provar a afirmação “Se não q, então não p”.
  • Embora, geralmente seja melhor encontrar uma prova direta de um teorema, essa tarefa às vezes pode ser difícil. Pode ser mais fácil supor que o teorema que você está tentando provar é falso e esperar que no decorrer do seu argumento você seja forçado a fazer alguma afirmação que não pode ser verdadeira.

Universo do discurso matemático (UDM)

Acima falamos do universo que compreende a realidade que pode independer de nossos conceitos ou suposições, quando falamos de matemática podemos utilizar o que chamo de “universo do discurso matemático UDM” para representar todo o repertório de objetos ou elementos que fazem uso da lógica subjetiva inventada por nós e espelhada em nossa simulação construída por nosso cérebro (abstrações/intuições). Para dúvidas quanto à simbologia matemática, consulte meu outro poste: Pense com clareza – Lógica e simbologia matemática – Ebooks inclusos.

Ex1: construtor de conjuntos

C = {x ∈ R|0 ≤ x ≤ 1}

Lê-se: C é igual ao espaço x que pertence a R (conjunto dos reais) tal que 0 é menor ou igual ao espaço x que é menor ou igual 1.

Ou, também podemos ler como: “C é uma coleção de todos os elementos x de R tais que 0 é menor ou igual a x e x é menor ou igual a 1”.

Considere a coleção C, que faremos do nosso universo R de números reais da forma maior ou igual a 0 e menor ou igual a 1. Vejamos se podemos listar os elementos como acima. Claramente, 0 é um número real que segue nosso critério para estar na coleção e 1 também. Existe algum outro número real entre 0 e 1 que também satisfaça o critério? Sim! Um desses números é 1/2 (particionamento de espaços).

Considerando a maneira de escrever conjuntos tratadas no exemplo 1 acima, faremos os seguintes conjuntos do conjunto dos números reais R:

(conjunto vazio) – existencial e sem elementos.

N = {1, 2, 3, ···} ,

Z = {…, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3,…},

Q = {p/q ∈ R|p ∈ Z e q ∈ N},

Q+ = {x ∈ Q|x > 0},

Q = {x ∈ Q|x < 0},

Q = {x ∈ Q|x ≠ 0},

R+ = {x ∈ R|x > 0},

R = {x ∈ R|x < 0},

R = {x ∈ R|x ≠ 0}.

Neste exemplo, usamos essas notações para os conjuntos definidos acima. Aqui, o conjunto N é chamado de conjunto dos números naturais, Z é chamado de conjunto dos inteiros e Q é chamado de conjunto dos números racionais. Um conjunto que ainda não escrevemos e ao qual não damos uma notação é o conjunto dos números irracionais. Será tratado em outro poste o motivo é a falta de espaços aqui.

Vimos até agora que podemos formar conjuntos que contêm números. Uma pergunta natural surge: existem conjuntos que contêm elementos que não são apenas números? Bem, como podemos ter visto em nosso ensino médio, os conjuntos podem conter quaisquer tipos de elementos: números, alfabetos, palavras ou; na verdade, um conjunto de livros ou papeis também é um conjunto! Nesta fase, porém, uma pergunta melhor pode ser feita: os elementos de um conjunto podem ser conjuntos? Vamos tentar descobrir por meio de exemplos:

Famílias de conjuntos

Considere o conjunto dos números reais, R. Desejamos coletar todos os conjuntos construídos a partir dos elementos de R que contêm 0. Agora, estamos coletando conjuntos em vez de elementos individuais de R. Podemos ter um desses conjuntos? Sim, o próprio R. Podemos ter outro? Novamente a resposta é sim! {0} é outro conjunto desse tipo. Claramente, listar todos esses conjuntos seria impraticável. Então, usaremos uma função construtora de conjuntos para escrever nossa coleção que chamaremos de F. Então temos:

F = {S|S é construído a partir dos elementos de R e 0 ∈ S}

Lê-se: F é uma função igual ao conjunto S, tal que S é construído a partir dos elementos de R e 0 ∈ pertence a S.

Os elementos de conjuntos podem ser os próprios conjuntos. Sempre que tal coisa acontece, ou seja, temos uma coleção de conjuntos, devemos usar letras (como o F que usamos acima) para escrevê-las. Antes de prosseguir, vamos tentar obter uma coleção de conjuntos, onde os conjuntos serão construídos a partir de N.

Ex2: indexação de conjuntos

Consideremos, como nosso universo, o conjunto dos números naturais N e para cada número natural n ∈ N, tentamos coletar conjuntos (construídos a partir de N) que tenham todos os elementos de 1 a n. Isso significa dizer que coletamos conjuntos Sn para cada n. Aqui, se tentarmos dar diferentes símbolos (letras) a cada um desses conjuntos, ficaremos sem símbolos! Assim, tentamos “indexar” esses conjuntos. Ou seja, escrevemos Sn = {1, 2, ···, n}, onde se entende que à medida que n muda, os elementos do conjunto Sn também mudam. Portanto, S1 = {1}, S2 = {1, 2}, S3 = {1, 2, 3} e assim por diante. Assim, escrevemos nossa família de conjuntos como:

F = {Sn|n ∈ N}

Lê-se: a função ou família F é igual ao conjunto Sn tal que n pertence ∈ a N.

Aqui, dizemos que F é uma família de conjuntos indexada por N; o conjunto dos números naturais N é chamado de conjunto de índices e n é chamado de índice.

Conjuntos nem sempre são indexados por números naturais. Também podemos indexar conjuntos por outros conjuntos, como: inteiros, números racionais, números reais, ou mesmo por um conjunto que não é necessariamente um conjunto de números. Na maioria das vezes, consideraremos um conjunto de índice arbitrário, que denotamos por Λ (Letra grega Lambda Maiúscula ou λ minúscula, ao longo do texto), cujos elementos não são exatamente conhecidos por nós. Usaremos letras gregas maiúsculas para denotar conjuntos de índices arbitrários e as letras gregas pequenas (correspondentes) para denotar os elementos do conjunto de índices. Portanto, em geral, uma família indexada de conjuntos será escrita como:

F = {Aλ|λ ∈ Λ}

Antes de prosseguir, vamos tentar ver um tipo especial de coleção. Suponha que nosso universo seja o conjunto de todos os humanos que vivem na Terra. Suponha que uma pessoa como nós deseja coletar todos aqueles humanos que têm 5 mãos, 6 pernas e 4 caudas. Existe algum ser humano vivo na terra com essas configurações? A resposta é não! Então, nossa coleção não tem nenhum elemento. Um conjunto sem elementos é chamado de conjunto vazio e é denotado por . Uma pessoa com boa experiência em lógica pode fazer uma pergunta neste ponto: em todos os lugares foi escrito um (conjunto vazio). O uso de “um” é justificado? Em outras palavras, o conjunto vazio é único? Abordaremos essa questão mais tarde, depois de termos visto o suficiente sobre operações e igualdades de conjuntos.

Operações em conjuntos

Assim que tivermos os conjuntos, podemos começar a brincar com eles. A primeira coisa que podemos fazer neste momento é comparar dois conjuntos. Em primeiro lugar, abordaremos a questão: quando podemos dizer que dois conjuntos são iguais? No início, definimos nossos conjuntos como coleções. Primeiramente notamos que durante a coleta, não damos importância à ordem em que são coletados. Como resultado, os conjuntos {1, 2} e {2, 1} são os mesmos. O que observamos? Dados dois conjuntos X e Y, quando podemos dizer que eles são iguais? Uma resposta baseada em completa intuição e observação é: Sempre que todo elemento de X é um elemento de Y e todo elemento de Y é um elemento de X. A definição formal (matemática) de igualdade será dada um pouco mais tarde.

A próxima tarefa que podemos fazer é observar os conjuntos que definimos na seção acima. Se olharmos com atenção, todo número natural também é um número inteiro (positivo). Esses dois conjuntos são iguais? Intuitivamente, a resposta a esta pergunta é: Não! 0 é um desses elementos em Z (inteiros) que não é um número N (natural). No entanto, o conjunto dos números inteiros têm todos os elementos do conjunto dos números naturais. Neste caso, chamamos o conjunto dos números naturais de subconjunto do conjunto dos inteiros.

Agora estamos prontos para as definições formais de subconjunto e igualdade.

Obs: o número “0” Zero, foi inventado há mais ou menos 2600 anos, é por isso que não é considerado um número natural, muito cuidado para não fazer confusão entre Z (inteiros com 0) e N (naturais sem 0).

Subconjuntos

Um conjunto X é um subconjunto de um conjunto Y se ∀x ∈ X, x ∈ Y. Isto é denotado por X ⊆ Y.

Essa expressão é lida como: um conjunto X é um subconjunto de um conjunto Y se ∀x ∈ X, x ∈ Y (para todo x que pertence a X, x pertence a Y), significa que X ⊆ Y (X está contido ou é igual a Y).

Nota1: Se o conjunto Y tem pelo menos um elemento que não está em X, então X é chamado de subconjunto próprio de Y. Isso é denotado por X ⊂ Y ao longo da explicação.

Nota2: se X é um subconjunto de Y, então Y é chamado de superconjunto de X.

Igualdade de conjuntos

Dois conjuntos X e Y são iguais se ∀x ∈ X, x ∈ Y e ∀y ∈ Y, y ∈ X. Isso é equivalente a X ⊆ Y e Y ⊆ X. A igualdade é denotada por X = Y.

Agora, tentamos construir mais conjuntos novos dos conjuntos que já temos. Dados quaisquer dois conjuntos X e Y, uma maneira de fazer um novo conjunto é coletar todos os elementos de X e todos os elementos de Y em uma única coleção, digamos Z. Assim, qualquer elemento de Z é de X ou de Y (ou mesmo ambos, se tiverem elementos em comum). Um conjunto formado dessa maneira é chamado de união de X e Y. Outra maneira de fazer um novo conjunto é coletar os elementos que estão em X e Y e colocá-los em uma única coleção, digamos U. Essa coleção é chamada de interseção de X e Y. Passamos agora para a definição formal de união e interseção.

Definições gerais

Um conjunto A é um subconjunto de um conjunto B se x ∈ A implicar x ∈ B, e escrevemos A ⊂ B. Ou seja, todos os membros de A também são membros de B. Às vezes escrevemos B ⊃ A que significar a mesma coisa.

Dois conjuntos A e B são iguais se A ⊂ B e B ⊂ A. Escrevemos A = B. Ou seja, A e B contêm exatamente os mesmos elementos. Se não for verdade que A e B são iguais, então escrevemos A ≠ B.

Um conjunto A é um subconjunto próprio de B se A ⊂ B e A ≠ B. Escrevemos A ⊊ B Lê-se: A está contido, mas não é igual a B.

Para o exemplo da Figura 2 acimaS e T -, T ⊂ S, mas T ≠ S. Então T é um subconjunto próprio de S (T ⊊ S, ilustrando o fato de que T é subconjunto de S ou, equivalentemente, que S é um superconjunto de T). Se A = B, então A e B são simplesmente dois nomes para o mesmo conjunto.

Uso de espaços construtores de conjuntos

Para definir conjuntos, muitas vezes usa-se a notação do “espaço” construtor de conjuntos:

{x ∈ A : P(x)}

Lê-se: x pertence a A, tal que, P(x) é verdadeiro, dentro do espaço que começa com {abre e fecha chaves}.

Esta notação refere-se a um subconjunto do conjunto A contendo todos os elementos de A que satisfazem a propriedade P(x). Usando S = {0, 1, 2} como acima, {x ∈ S:x ≠ 2} é o conjunto {0, 1}. A notação é às vezes abreviada como {x:P(x)}, ou seja, A não é mencionado quando entendido a partir do contexto. Além disso, x ∈ A às vezes é substituído por uma fórmula para facilitar a leitura da notação.

Exemplos de notações comuns para conjuntos

  • O conjunto dos números naturais, N:= {1, 2, 3, . . .}.
  • O conjunto de inteiros, Z:= {0, −1, 1, −2, 2, . . .}.
  • O conjunto dos números racionais, Q:= {m/n:m, n ∈ Z e n ≠ 0}.
  • O conjunto dos números naturais pares, {2m:m ∈ N}.
  • O conjunto dos números reais, R.
Figura 3. Observe que NZQR C (os Naturais N estão contidos nos Inteiros Z, contidos nos racionais Q, contido nos reais R, contidos nos C complexos).

Obs: montamos nossos conjuntos a partir da organização de conjuntos anteriores previamente estabelecidos.

União e interseção de conjuntos

União

Significa a associação ou combinação de vários elementos, semelhantes ou diferentes, com o intuito de formar um conjunto. Junção, ligação e conexão são alguns dos sinônimos da palavra união, e que nos ajudam a entender o significado amplo deste termo.

A união de dois conjuntos A e B é definida como:

A ∪ B:= {x:x ∈ A ou x ∈ B}

Lê-se: a união do conjunto A com o conjunto B, é igual ao espaço x tal que x pertente a A ou x pertence a B).

Interseção

Significa a operação sobre dois ou mais conjuntos de que resulta um conjunto com todos os elementos que são comuns.

A interseção de dois conjuntos A e B é definida como:

A ∩ B:= {x:x ∈ A e x ∈ B}

Lê-se: a interseção do conjunto A com o conjunto B, é igual ao espaço x tal que x pertente a A e x pertence a B).

Complementar

Que completa ou complementa. Acrescentar, adicionar o elemento que falta a alguma coisa. Receber o que completa ou conclui alguma coisa: completar um trabalho.

Obs.: \ (barra invertida) representa o conjunto diferença: A\B:= {x:x ∈ A e x ∉ B} Lê-se: A − B é igual ao conjunto x, tal que x pertence a A, e x não pertence ao conjunto B.

Um complemento de B em relação a A (ou diferença teórica de conjuntos de A e B) é definido como:

A\B:= {x:x ∈ A e x ∉ B}

ou

A − B = A ∩ Bc

Lê-se: o complementar de B em relação a A é igual ao espaço x tal que x pertence a A e x não pertence a B.

Dizemos complemento de B e escrevemos Bc em vez de A\B se o conjunto A é o universo inteiro ou se é o conjunto óbvio que contém B, e é entendido a partir do contexto.

B\A:= {x:x ∈ B e x ∉ A}

Lê-se: o complementar de A em relação a B é igual ao espaço x tal que x pertence a B e x não pertence a A.

Dizemos complemento de A e escrevemos Ac (quando aparece de forma isolada) em vez de B\A se o conjunto B é o universo inteiro ou se é o conjunto óbvio que contém A, e é entendido a partir do contexto.

Conjuntos disjuntos

Dois conjuntos são ditos disjuntos se não tiverem nenhum elemento em comum. Em outras palavras, dois conjuntos são disjuntos se sua interseção for o conjunto vazio .

Dizemos que os conjuntos A e B são disjuntos se A ∩ B = ∅.

Obs: a notação Bc (idem para Ac) pode ser um pouco vaga neste ponto. Se o conjunto B é um subconjunto dos números reais R, então Bc significa R\B. Se B é naturalmente um subconjunto dos números naturais, então Bc é N\B. Se uma ambiguidade pode surgir, usamos a notação de diferença de conjunto A\B (lê-se: A menos B).

Importante: caso o conjunto A e/ou conjunto B forem iguais ao conjunto universo; então, concluímos que os Ac e Bc são iguais a ∅.

Ex3:

Figura 4. Diagramas de Venn com operações de conjuntos, o resultado da operação é sombreado.

Operações com conjuntos

Ilustramos as operações nos diagramas de Venn na Figura 4. Vamos agora estabelecer um dos teoremas básicos sobre conjuntos e lógica.

Lei de Morgan. Sejam os conjuntos A, B, C. Então:

(B C)c = Bc Cc,

(B ∩ C)c = Bc ∪ Cc.

Ou, simplificando:

A \ (B C) = (A \ B) (A \ C),

A \ (B ∩ C) = (A \ B) ∪ (A \ C).

Prova. A primeira afirmação é provada pela segunda afirmação se assumirmos que o conjunto A é nosso “universo”. Vamos provar A \ (B ∪ C) = (A \ B) ∩ (A \ C). Lembre-se da definição de igualdade de conjuntos. Primeiro, devemos mostrar que se x ∈ A \ (B ∪ C), então x ∈ (A \ B) ∩ (A \ C). Em segundo lugar, devemos também mostrar que se x ∈ (A \ B) ∩ (A \ C), então x ∈ A \ (B ∪ C). Então, vamos supor que x ∈ A \ (B ∪ C). Então x está em A, mas não em B nem em C. Portanto, x está em A e não em B, ou seja, x ∈ A \ B. Da mesma forma x ∈ A \ C. Assim x ∈ (A \ B) ∩ (A \ C). Por outro lado, suponha que x ∈ (A \ B) ∩ (A \ C). Em particular, x ∈ (A \ B), então x ∈ A e x ∉ B. Também como x ∈ (A \ C), então x ∉ C. Daí x ∈ A \ (B ∪ C).

No entanto, suponha que temos uma coleção infinita de conjuntos (um conjunto de conjuntos) {A1, A2, A3, . . .}. Nós definimos:

\bigcup_{n=1}^{\infty} A_{n}:=\left\{x: x \in A_{n} \ para \ alguns \ n \in \mathbb{N}\right\}

Esta expressão é lida como: a união que começa em n = 1 e vai até ao infinito do conjunto An, é igual ao espaço x, tal que x ∈ pertence à An, para alguns n que pertencem ao conjunto N.

\bigcap_{n=1}^{\infty} A_{n}:=\left\{x: x \in A_{n} \ para \ todos \ n \in \mathbb{N}\right\}

Esta expressão é lida como: a interseção que começa em n = 1 e vai até ao infinito do conjunto An, é igual ao espaço x, tal que x ∈ pertence à An, para todos os n que pertencem ao conjunto N.

Também podemos ter conjuntos indexados por dois números naturais. Por exemplo, podemos ter o conjunto de conjuntos {A1,1, A1,2, A2,1, A1,3, A2,2, A3,1, . . .}. Então escrevemos:

\bigcup_{n=1}^{\infty} \bigcup_{m=1}^{\infty} A_{n, m}=\bigcup_{n=1}^{\infty}\left(\bigcup_{m=1}^{\infty} A_{n, m}\right)

E da mesma forma com os cruzamentos. Não é difícil ver que podemos tomar a união em qualquer ordem. No entanto, mudando a ordem de uniões e cruzamentos geralmente não é permitido sem prova. Por exemplo:

\bigcup_{n=1}^{\infty} \bigcap_{m=1}^{\infty}{k \in N : m k<n}=\bigcup^{\infty} \emptyset=\emptyset

No entanto,

\bigcap_{m=1}^{\infty} \bigcup_{n=1}^{\infty}{k \in N : m k<n}=\bigcap_{m=1}^{\infty} N = N

Às vezes, o conjunto de índices não são os números naturais. Nesse caso, exigimos uma descrição mais geral da notação. Suponha que λ seja algum conjunto e para cada λ ∈ I, existe um conjunto . Então definimos:

\bigcup_{\lambda \in I} A_{\lambda}:=\left\{x: x \in A_{\lambda} \text { para alguns } \lambda \in I\right\}, \bigcap_{\lambda \in I} A_{\lambda}:=\left\{x: x \in A_{\lambda} \text { para todos } \lambda \in I\right\}

União e interseção arbitrárias

Dos conjuntos construídos a partir de R, para cada par, dado uma união e uma interseção. O que podemos observar?

As definições de união e interseção são feitas apenas para dois conjuntos. Mas, gostaríamos de fazer uma definição geral para uma coleção arbitrária de conjuntos cuja união e interseção precisamos encontrar. Simplesmente estendendo as definições (cuja origem é nossa intuição), obtemos as seguintes definições para uniões e interseções de famílias arbitrárias de conjuntos.

União arbitrária

Dado uma família arbitrária de conjuntos indexados F = {Aλ|λ ∈ Λ} a união desta família é a coleção de elementos que estão em pelo menos um dos conjuntos da família. Nós a escrevemos como:

\bigcup_{\lambda \in \Lambda} A_{\lambda}=\left\{x \mid \exists \lambda_{0} \in \Lambda \text { tal que } x \in A_{\lambda_{0}}\right\}

Interseção arbitrária

Dada uma família arbitrária de conjuntos indexados: F = {Aλ|λ ∈ Λ} a interseção desta família é a coleção de elementos que estão em todos os conjuntos da família. Nós o escrevemos como:

\bigcap_{\lambda \in \Lambda} A_{\lambda}=\left\{x \mid \forall \lambda \in \Lambda, x \in A_{\lambda}\right\}

Como observado no Ex:02 acima, podemos ver que a interseção de alguns conjuntos pode ser o conjunto vazio, ou seja, pode haver conjuntos X e Y tais que X ∩ Y = ∅. Tais conjuntos são chamados disjuntos. Em particular, o leitor deve ter observado que Q+ e Q são disjuntos. Se tomarmos a união de tais conjuntos (cuja interseção é vazia), a união é chamada de união disjunta. Como observação imediata, podemos concluir que Q é a união disjunta de Q+ e Q. Da mesma forma, se F = {Aλ|λ ∈ Λ} é uma família indexada arbitrária, então F é uma família disjunta se:

\bigcap_{\lambda \in \Lambda} A_{\lambda}=\emptyset

Aqui, podemos ter outro conceito, muitas vezes chamado de disjunção de pares. Diz-se que a família F é disjunta aos pares se:

∀λ1, λ2 ∈ Λ com λ1 ≠ λ2, temos Aλ1 ∩ Aλ2 = ∅

Complementares estendidos (complemento relativo ou diferença)

Outra maneira de obter novos conjuntos dos antigos é coletar todos os elementos que não estão no conjunto fornecido. Chamamos essa coleção de complemento do conjunto dado. Dado um conjunto A, seu complemento é a coleção de elementos que não estão em A. Nós o escrevemos como:

A^{c}={x \mid x \notin A}

Aqui, devemos notar que não conhecemos nada “fora” do nosso universo do discurso (UDM). Portanto, para definir um complemento, precisamos de um conjunto universal. Nós o chamamos, por enquanto, de U. Como não sabemos o que está fora de U; claramente, Uc = ∅ e também, c = U, já que nenhum dos elementos de U está em . Assim, uma melhor maneira de escrever complementos é:

Ac = {x ∈ U|x ∉ A}

Lê-se: o conjunto complementar de A é igual ao espaço x que pertence ao conjunto U, tal que x não pertence ao conjunto A.

Além de receber complementos, uma maneira de obter novos conjuntos de dois conjuntos A e B é coletando os elementos que estão apenas em um dos conjuntos e não em outro. Chamamos isso de complemento relativo ou diferença de conjuntos.

Conjuntos Indexados

Um conjunto X ⊂ U é frequentemente descrito por seus elementos indexados, como X = {Xα}, ou por uma dada condição P(x) em U, como X = {X ∈ U:P(x)}. Nós distinguimos finitos, enumeráveis, contáveis (finito ou enumerável), e conjuntos incontáveis. O número de elementos em um conjunto infinito X é denotado pela cardinalidade de X.

Se F = {Xα: α ∈ A} é uma família indexada de subconjuntos de um conjunto universal U, então a Lei de De Morgan, declara que:

U \backslash\left(\cup_{\alpha} X_{\alpha}\right)=\bigcap_{\alpha}\left(U \backslash X_{\alpha}\right) \quad e \quad U \backslash\left(\cap_{\alpha} X_{\alpha}\right)=\cup_{\alpha}\left(U \backslash X_{\alpha}\right)

A família F é chamada disjunta se \bigcap_{\alpha} X_{\alpha}=\varnothing, é chamada disjunta par a par quando X_{\beta} \cap X_{\gamma}=\varnothing para qualquer indicador distinto \beta, \gamma \in A.

Diferenças entre problemas na física e problemas matemáticos

Figura 5. Problemas da física x problemas da matemática.

No diagrama da figura 5, podemos observar a diferença de um problema físico que tem 100% de confirmação, comparado a um problema matemática que tem 100% de abstração. Resolver um problema do mundo físico diretamente é difícil, então precisamos fazer a abstração (intuir o problema) e realizar a simulação com possibilidades infinitas dentro do escopo {espaços} da matemática. Quando atingimos o nível da demonstração (todas as equações resolvidas), podemos partir para o campo da física e colocar em prática a nossa solução. Somente após os testes na prática é que teremos a comprovação (experiência) de que a solução física foi encontrada. {RC}.

Demonstração: Qualquer base de um mesmo subespaço possui um mesmo número de elementos.

Neste vídeo demonstramos, por contradição, que qualquer base de um mesmo subespaço possui o mesmo número de elementos e assim, definimos o termo dimensão de um subespaço. {c} Khan Academy Brasil.

O matemático está envolvido num jogo do qual ele mesmo escreve as regras, enquanto o físico joga com as regras fornecidas pela natureza.

Paul Adrien Maurice Dirac.

Sugestões de leituras

Amalie Emmy Noether (Erlangen, 23 de março de 1882 – Bryn Mawr, 14 de abril de 1935) foi uma matemática alemã, conhecida pelas suas contribuições de fundamental importância aos campos da física teórica e álgebra abstrata. Considerada por David Hilbert, Albert Einstein, Hermann Weyl e outros como a mulher mais importante na história da matemática. Ela revolucionou as teorias sobre anéis, corpos e álgebra. Em física, o teorema de Noether explica a conexão fundamental entre a simetria na física e as leis de conservação.

Clique na capa do livro ao lado e comece a leitura.

Terence Tao. Em fevereiro de 2007, converti minha página de atualizações de pesquisa “O que há de novo” em um blog em terrytao.wordpress.com. Desde então, este blog cresceu e evoluiu para cobrir uma ampla variedade de tópicos matemáticos, desde minhas próprias atualizações de pesquisa até palestras e postagens de outros matemáticos, problemas abertos, anotações de aula, artigos expositivos em níveis básicos e avançados. Boa Leitura!

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Lembre-se: a matemática é a ciência embarcada em todas as atividades humanas, desde o surgimento da escrita, nas tecnologias aeroespaciais, computadores analógicos, digitais, quânticos e principalmente nas criptomoedas que em breve substituirão toda a reserva de valor na economia mundial, sendo a mais importante cripto, Bitcoin. {RC}.

Referências bibliográficas

Livro da prova (Book of Proof Third Edition) – Richard Hammack

O livro Book of Proof (Livro da Prova), é um dos melhores livros que já li sobre como compreender e aplicar a matemática do vazio { } na aquisição de conhecimento. Considero este livro o mais didático possível para compreender espaços e subespaços matemáticos – traz um conhecimento bem fundamentado sobre o estudo do conjunto vazio { }, que é obrigatório para a compreensão de sistemas complexos tais como: tecnologias atuais, estudos da simulação física, molecular, cerebral, redes neurais convolucionais biológicas e artificiais, cosmologia, física de partículas, mecânica quântica, inteligências artificiais, buracos negros, etc.

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{RC}

Segue exemplos do tratamento do conjunto vazio ∅ ou {}

Existe um conjunto especial que, embora pequeno, desempenha um grande papel. Um conjunto vazio ∅ ou {} é o conjunto que não possui elementos. Nós o representamos como ∅, então ∅ = {}. Sempre que você vir o símbolo ∅, ele representa {}. Observe que |∅| = 0. O conjunto vazio é o único conjunto cuja cardinalidade (número de elementos do conjunto) é zero. Tenha cuidado ao escrever o conjunto vazio. Não escreva {∅} quando você quer dizer ∅. Esses conjuntos não podem ser iguais porque ∅ não contém nada enquanto {∅} contém uma coisa – a saber – o conjunto vazio. Se isso é confuso, pense em um conjunto como uma caixa com coisas dentro; então, por exemplo, {2,4,6,8} é uma “caixa” contendo quatro números. O conjunto vazio ∅ = {} é uma caixa vazia. Em contraste, {∅} é uma caixa com uma caixa vazia dentro dela. Obviamente, há uma diferença: uma caixa vazia não é o mesmo que uma caixa com uma caixa vazia dentro dela. Assim ∅ ≠ {∅}. (Vocês também podem observar |∅| = 0 e ∣{∅}∣ = 1 como evidência adicional de que ∅ ≠ {∅}.

Aplicação prática

Exemplo 1

F = {∅,{∅},{{∅}}}

Como ler essa expressão: F é um conjunto que contém 3 coisas. Essa analogia com uma caixa pode nos ajudar a pensar sobre os conjuntos. O conjunto F = {∅,{∅},{{∅}}} pode parecer estranho, mas é realmente muito simples. Pense nisso como uma caixa contendo três coisas: uma caixa vazia, uma caixa contendo uma caixa vazia e uma caixa contendo uma caixa contendo uma caixa vazia. Assim a cardinalidade (contagem) |F| = 3. O conjunto G = {N, Z} é uma caixa contendo duas caixas, a caixa dos números naturais e a caixa dos números inteiros.

Exemplo 2

Suponha que A = {a} e B = {a, b}. Então, a diferença A∖B = {a} ∖ {a, b} = {} = ∅

A\B = {x ∈ A|x ∉ B } é o conjunto de elementos de A que não estão em B, também podemos denominar: o complementar de B em relação à A.

A diferença de A e B é o maior subconjunto de A que não contém nenhum dos elementos de B.

Como o conjunto vazio {} é um subconjunto de cada conjunto, esse é um resultado possível da subtração de dois conjuntos um do outro. Em particular, o resultado de A∖B ocorre, se e somente se A⊆B, ou (equivalentemente) se A∪B = A.

Supremo e Ínfimo do conjunto vazio ∅ ou { }

Um conjunto de números reais S é limitado acima se houver um número real M tal que x ≤ M para cada x ∈ S. Qualquer número M é chamado de limite superior para S. A definição de limitado abaixo é semelhante, e dizemos que S é limitado se for limitado acima e abaixo.

Um número x ∈ R é o supremo, ou menor limite superior de S, se x é um limite superior para S, e se y for qualquer limite superior para S, então x ≤ y.

Para o supremo, escolha um número real com a propriedade de que não existe um elemento do conjunto que o exceda. Como o conjunto está vazio, qualquer número real serve, agora comece a empurrar o número cada vez mais abaixo até que a condição seja violada. Como não há nenhum elemento do conjunto para violar a condição, você pode continuar empurrando-o cada vez mais para baixo indefinidamente – então o supremo é o “menor” valor possível −∞, raciocínio semelhante justifica que o mínimo seja + ∞. Isso é puramente heurístico.

Concordo que é contraintuitivo, é o único caso em que o supremo é menor que o ínfimo. No entanto, isso decorre da definição. Uma maneira de pensar sobre isso é que o supremo de um conjunto S é o que obtemos se pegarmos um ponto e arrastá-lo para baixo de ∞ até que ele não possa ir mais abaixo sem atingir S e o ínfimo é o que acontece se tomarmos um ponto e arrastá-lo de −∞ até que atinja S. Ou seja, meio que imaginamos S como um bloco intransitável de coisas cujo supremo e ínfimo, estão presos nas laterais dele. Mas se não há S, então não há bloqueio, e conforme prendemos esses pontos juntos, eles simplesmente passam um através do outro e continuam – eles sempre tiveram movimento para dentro, mas agora nada os impede, então eles acabam em −∞ e ∞ respectivamente, tanto quanto possível.

Uma vez que todo número real x é um limite superior para ∅, x ≥ sup ∅ para todo x ∈ R. Portanto o sup ∅ = −∞. Raciocínio semelhante fornece inf ∅ = + ∞.

Dizemos que x é o supremo de um conjunto S se x for o menor limite superior de S. Ou seja, x ≥ S para todos s ∈ S e x ≤ y para qualquer y que seja um limite superior de S. Portanto, se considerarmos ∅, todo x ∈ R é um limite superior de ∅. Portanto, o supremo de ∅ deve ser o min (R), que geralmente é −∞. Podemos raciocinar da mesma forma para o ínfimo.

Resumo de supremo e ínfimo do conjunto vazio = ∅ = { }

Considerando os reais estendidos, Re = R ∪ {− ∞, + ∞} podemos obter:

Se considerarmos ∅, todo x ∈ R um limite superior de ∅. Portanto, o supremo de ∅ deve ser o min (R), que geralmente é −∞.

Se considerarmos ∅, todo x ∈ R um limite inferior de ∅. Portanto, o ínfimo de ∅ deve ser o max (R), que geralmente é +∞.

sup ∅ = min ( { − ∞ , + ∞ } ∪ R ) = − ∞

inf ∅ = max ( { − ∞ , + ∞ } ∪ R ) = + ∞

Exemplo: ∅ ⊆ ∅

O conjunto vazio é um subconjunto de todos os conjuntos, ou seja ∅ ⊆ B para qualquer conjunto B.

Isso nos leva a um fato significativo: Se B for qualquer conjunto, então ∅ ⊆ B. Para ver por que isso é verdade, observe a frase da figura 1. Isso nos diz que: se ∅ não estivesse contido em B significaria que há pelo menos um elemento em ∅ que não é um elemento de B. Mas isso não pode ser verdade, porque não existem elementos em vazio.

Figura1. Se um conjunto finito possui n elementos, então ele possui 2^{n} subconjuntos, sendo obrigatório o ∅ fazer parte dele, ou seja, sua origem é o conjunto vazio { } = ∅.

{RC}.

Notas do autor do livro: Richard Hammack

Meu objetivo ao escrever este livro foi criar um livro didático de alta qualidade. O livro pode ser baixado em formato PDF gratuitamente, e a versão impressa custa consideravelmente menos do que livros tradicionais comparáveis.

Nesta terceira edição, o Capítulo 3 (sobre contagem) foi expandido, e um novo capítulo sobre provas de cálculo foi adicionado. Novos exemplos e exercícios foram adicionados por toda parte. Minhas decisões em relação às revisões foram guiadas por comentários da Amazon e e-mails de leitores, e estou grato por todos os comentários.

Tenho me esforçado para garantir que a terceira edição seja compatível com a segunda. Os exercícios não foram reordenados, embora alguns tenham sido editados para maior clareza e alguns novos foram anexados. (A única exceção é que a reorganização do Capítulo 3 mudou alguns exercícios.) O capítulo sequenciamento é idêntico entre as edições, com uma exceção: o final do capítulo sobre cardinalidade tornou-se o capítulo 14, a fim de abrir caminho para o novo Capítulo 13 sobre provas de cálculo. Houve uma ligeira renumeração das seções nos capítulos 10 e 11, mas a numeração dos exercícios dentro das seções não foi alterada.

O núcleo deste livro é uma expansão e refinamento das notas de aula I desenvolvida durante o ensino de cursos de provas ao longo dos últimos 18 anos na Virgínia Commonwealth University (uma grande universidade estadual) e Randolph-Macon College (uma pequena faculdade de artes liberais). Eu encontrei as necessidades desses dois públicos quase idênticos, e escrevi este livro para eles. Mas estou atento a uma audiência maior. Eu acredito que este livro é adequado para quase todos os alunos de graduação em matemática.

O não entendimento do Vazio { } causa uma grave falha perceptiva: a crença em inexistentes, e como essa crença é nula (PCI = nulo), as pessoas que não sabem que são simulações de seus cérebros e pensam que existe algo oculto na natureza – não importa com que designação ou afirmação retratem isso – provocará uma desilusão e involução devastadora em suas vidas.

A não percepção do Vazio { } pode provocar a nulidade em sua simulação.

{RC}.

Créditos:

Referências bibliográficas